Agronegócio deve recuperar peso no PIB apesar de desafios históricos

O agronegócio do país poderá voltar a ter maior importância na economia brasileira no próximo ano, após o fraco desempenho de 2012 resultante da escalada de custos por quebras de safras em países produtores chaves, incluindo o próprio Brasil. Mas problemas estruturais continuarão limitando no médio prazo um crescimento maior do setor, que responde por […]

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O agronegócio do país poderá voltar a ter maior importância na economia brasileira no próximo ano, após o fraco desempenho de 2012 resultante da escalada de custos por quebras de safras em países produtores chaves, incluindo o próprio Brasil.

Mas problemas estruturais continuarão limitando no médio prazo um crescimento maior do setor, que responde por quase um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Em 2013, nas projeções mais otimistas de especialistas, o PIB do agribusiness poderá avançar 4 por cento.

Os mesmos preços altos da soja e milho que minaram os resultados da indústria de alimentos neste ano, justamente em um período de crise internacional, impulsionaram produtores a plantar uma safra recorde de grãos no Brasil em 2012/13. Se confirmada, a produção ajudará na recuperação do PIB do campo e do país, dando algum fôlego para a presidente Dilma Rousseff atravessar o penúltimo ano de seu mandato.

A produção recorde de grãos e oleaginosas, estimada em cerca de 180 milhões de toneladas a depender das condições climáticas favoráveis nos próximos meses, também poderá atenuar preocupações inflacionárias.

“O agronegócio deve seguir desempenhando papel estratégico para a evolução da economia brasileira. Nos próximos anos, em que o crescimento da economia mundial e nacional será baixo, aumenta a importância do desempenho do agronegócio”, disse o professor titular da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador científico do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Geraldo Barros.

No entanto, o crescimento previsto para o agronegócio, que nas contas do Cepea respondeu por 27 por cento do PIB brasileiro nos últimos dez anos, não vai muito além do que o mercado espera para a economia nacional como um todo.

“Para 2013, nós avaliamos que deverá ter um crescimento entre 3,5 e 4 por cento, considerando que a agroindústria vem tendo um fraco desempenho… que acabou pressionando o crescimento do agronegócio em 2012”, disse a superintendente técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rosemeire Cristina dos Santos.

Esse avanço esperado para o PIB do agribusiness seria somente um pouco maior do que o previsto para a economia nacional, de 3,4 por cento para 2013, segundo a mais recente pesquisa Focus do Banco Central.

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