Acabou tutela de Argentina e Brasil, diz presidente do Paraguai

O presidente do Paraguai, Federico Franco, afirmou nesta sexta-feira que o país está liberado para fazer negociações com outros países após a suspensão do Mercosul, imposta pelos outros países membros durante a cúpula do bloco, em Mendoza, na Argentina. Para o mandatário, que controla o país desde o impeachment de Fernando Lugo, na última sexta […]

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O presidente do Paraguai, Federico Franco, afirmou nesta sexta-feira que o país está liberado para fazer negociações com outros países após a suspensão do Mercosul, imposta pelos outros países membros durante a cúpula do bloco, em Mendoza, na Argentina.

Para o mandatário, que controla o país desde o impeachment de Fernando Lugo, na última sexta (22), “acabou a tutela de Argentina e Brasil”, em referência aos dois maiores países do bloco e vizinhos.

“Ao ser suspenso, o Paraguai pode tomar decisões. Vamos considerar os custos e os benefícios. Vamos fazer o que convenha aos interesses do país”, afirmou Franco, em entrevista ao portal argentino infobae.com.

Ele também reforçou a intenção de sua administração de mostrar o Paraguai à comunidade internacional como “um país livre e independente” e manifestou a intenção de entregar o governo em agosto de 2013, após as eleições gerais de abril.

Indústria

Mais cedo, o presidente da União Industrial Paraguaia, Eduardo Felippo, propôs a realização de um plebiscito para decidir sobre a saída do Paraguai do Mercosul, após o anúncio da entrada da Venezuela no bloco, aprovada durante a cúpula de Mendoza, na Argentina.

“Consideramos que não são cumpridos os estatutos e o regulamento do Mercosul. Não podem permitir o acesso de nenhum Estado sem que o Paraguai o aceite”.

Para Felippo, a suspensão paraguaia e a entrada da Venezuela são “a gota d’água”, após os embargos impostos aos produtos do país pelos argentinos. Ele lamentou a incorporação do país governado pelo presidente Hugo Chávez, que “tem a Argentina nas mãos e grandes negócios no Brasil”.

“Nós saímos do Mercosul. Se é necessário vamos pedir que se faça um referendo nacional”.

O representante da indústria mostrou sua aprovação à busca de novos acordos comerciais no mundo e afirmou que o país terá problemas com o período em que não participarão do bloco, que se estenderá até abril de 2013.

A incorporação da Venezuela foi anunciada nesta sexta-feira após a suspensão paraguaia. O país era o único que tinha pendências em relação à entrada do país caribenho, devido à rejeição do Parlamento desde 2007.

‘Teatro hipócrita’

O senador Miguel Abdón Saguier, do Partido Liberal, o mesmo de Federico Franco, afirmou que a defesa de Argentina, Brasil e Uruguai à democracia no Paraguai foi um “teatro hipócrita” com o objetivo de permitir a entrada da Venezuela com a suspensão do país.

Para Saguier, foram os três membros plenos do bloco que descumpriram o Protocolo de Ushuaia, ao não fazer consultas com o país afetado. Ele também afirmou que o Congresso paraguaio rejeitou Chávez por não considerá-lo um presidente democrático.

“O problema era Chávez, porque não tinha o título de democrático que se exigia para entrar no Mercosul, mas evidentemente era isso que eles [os sócios do Mercosul] armavam. São eles que rompem os tratados e depois com toda a hipocrisia dizem que não vão impor sanções econômicas. Sempre nos julgaram com má fé”.

 

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