A maior unidade itinerante de prevenção ao câncer do país será lançada nesta segunda-feira (24), pela Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul), em parceria com o Hospital do Câncer Alfredo Abrão.

A parceria nasceu da necessidade detectada pelo presidente da Cassems, Ricardo Ayache, e o médico oncologista e coordenador do projeto piloto no estado, Fabrício Colacino Silva, em relação às dificuldades da população do interior do estado em ter acesso à medicina especializada em oncologia.

A Cassems observou que houve crescimento relevante nos números de beneficiárias com casos de câncer no útero e mama, e constatou que boa parte não tem feito exames preventivos. De acordo com a assessoria de imprensa da Cassems, dos quase mil tratamentos relacionados à doença, cerca de 30% são vítimas do câncer de mama.

A professora Hellen Cristina tem 31 anos e há 2 descobriu o câncer de mama. “Aqui a dificuldade está em tudo, não há médicos e nem mesmo aparelhos modernos, e isso dificulta o tratamento”. A professora conta que para tratar sua doença, precisa viajar no mínimo três vezes por mês à Campo Grande para tomar as medicações e fazer exames.

Ônibus da Saúde

Com o objetivo de realizar os procedimentos que hoje são escassos no interior, o ônibus percorrerá o estado, levando à população carente de medicina especializada em oncologia, um atendimento digno, para que as chances de cura possam ser maiores.

Para Colacino, “mais da metade dos pacientes do interior fica sabendo tardiamente que está com câncer, e o ônibus tem a oportunidade de mudar essa história”. A unidade itinerante dividirá seus atendimentos entre a população do interior do estado e os beneficiários Cassems desta região, podendo atender até 5 mil servidores públicos por ano.

O veículo tem 4,32 metros de altura e 14 metros de comprimento, dividido entre a sala de exames, ginecológicos, sala de mamografia, consultório médico e centro para pequenas cirurgias. Ele contará também com uma equipe de 12 profissionais, que participarão diretamente do atendimento, além de 70 pessoas cadastradas para dar suporte durante as viagens, em forma de rodízio.

Estatísticas

O instituto Nacional do Câncer estima que a cada ano, 140 mil pessoas são vítimas da doença no Brasil e que 500 mil novos casos são diagnosticados. A mortalidade relacionada ao câncer representou 13,7% de todos os óbitos registrados no país, ficando atrás apenas das doenças do aparelho circulatório.

O câncer de mama é uma das maiores preocupações, segundo o Ministério da Saúde, o número de mulheres que morreram em decorrência da doença, aumentou 45% em dez anos, crescendo de 8.104 casos em 199, para 11.813 em 2008. Em Mato Grosso do Sul, no Hospital do Câncer são realizados 12 mil consultas por mês, além de cinco mil procedimentos.