Tempo de prisão de Bruno e outros sete suspeitos pode chegar a 156 anos
Se condenados à pena máxima, a soma do tempo de prisão dos oito acusados do desaparecimento e suposta morte de Eliza Samudio pode chegar a até 156 anos. O ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza, que seria amante da vítima e teria encomendado o crime, pode ficar 36 anos atrás das grades. Ele responde aos crimes […]
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Se condenados à pena máxima, a soma do tempo de prisão dos oito acusados do desaparecimento e suposta morte de Eliza Samudio pode chegar a até 156 anos. O ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza, que seria amante da vítima e teria encomendado o crime, pode ficar 36 anos atrás das grades. Ele responde aos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver.
A mesma pena pode ser aplicada a Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. No entanto, a legislação brasileira permite que um detento fique apenas 30 anos preso. As informações são doHoje em dia.
Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, na época mulher do atleta; Wemerson Marques de Souza, o Coxinha; Elenílson Vítor da Silva, e Fernanda Gomes de Castro, namorada do jogador, respondem pelos crimes de sequestro e cárcere privado. Se condenados, eles poderão ficar detidos seis anos cada um.
O julgamento que definirá o futuro dos acusados deve ocorrer nos próximos meses. Na última quarta-feira (10), a Justiça decidiu, pela segunda vez, que os oito vão a júri popular pelo crime envolvendo a ex-modelo. Durante a audiência, os desembargadores Doorgal Andrade, Hebert Carneiro e Delmival de Almeida Campos, da Câmara Criminal do TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), reforçaram a decisão tomada pela juíza Marixa Fabiane, do 1º Tribunal do Júri de Contagem.
Para o especialista em Direito Penal e diretor de Comunicação da (OAB-MG) Ordem dos Advogados do Brasil, seção Minas Gerais, Sérgio Leonardo, indo a júri popular, a probabilidade dos acusados serem condenados é bem maior. Ele lembrou que devido à comoção popular que o crime causou, Bruno e seus comparsas têm mais chances de ser condenados pelos jurados, bombardeados por informações sobre o caso veiculadas pela mídia.
Sem provas
Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje.
O especialista lembrou do caso que ficou conhecido como ‘Irmãos Naves’, que foram acusados de homicídio e, após irem a júri popular e serem condenados à prisão, o homem dado como morto apareceu vivo. Um dos condenados morreu na prisão. O caso, que foi julgado em Minas Gerais, é considerado o maior erro judiciário do Brasil.
Irregularidades
Desde o início das investigações pelo menos três pessoas do alto escalão da Polícia Civil foram afastadas ou exoneradas do caso. As delegadas Alessandra Wilke e Ana Maria Santos, que comandavam as apurações sobre o desaparecimento de Eliza Samudio foram as primeiras.
Elas foram retiradas do caso depois de mês de investigações, após o vazamento de um vídeo em que Bruno afirmava que era difícil acreditar na inocência do amigo “Macarrão”. As imagens foram feitas dentro de um avião, no dia da prisão do atleta, e foram divulgadas no programa Fantástico.
Em julho deste ano, a juíza Maria José Starling, uma das responsáveis pelo caso, foi exonerada do cargo depois que a noiva de Bruno, Ingrid Calheiros, denunciou que estava sendo extorquida em R$ 1,5 milhão pela magistrada para libertação do goleiro. Starling negou o crime, mas escutas telefônicas feitas com autorização da Justiça comprovaram as ligações entre a magistrada e Ingrid. No início desta semana, a magistrada tentou o suicídio em seu apartamento, no Bairro Santa Lúcia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Ameaça
O presidiário Jaílson Alves de Oliveira, que dividia cela com o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o “Bola”, contou que o acusado de esquartejar a ex-modelo Eliza Samudio teria confessado que contrataria o traficante Francisco Bonfim Lopes, o “Nem da Rocinha”, integrante do grupo criminoso Comando Vermelho e foragido da polícia do Rio, para matar a juíza Marixa Fabiane Rodrigues, o delegado Édson Moreira, chefe do Departamento de Homicídios, o deputado estadual Durval Ângelo (PT) e o advogado José Arteiro Cavalcante, defensor dos interesses da família da modelo desaparecida.
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