Técnicos da UFMS decidem aderir à greve nacional e paralisam atividades nesta quinta

Em assembleia realizada nesta quinta-feira (18), os funcionários técnico-administrativos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) deram início à paralisação em adesão à greve nacional da categoria, que já completa 74 dias. Como o movimento está sob decisão judicial do STJ (Superior Tribunal de Justiça), só podem parar 50% dos trabalhadores em cada […]

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Em assembleia realizada nesta quinta-feira (18), os funcionários técnico-administrativos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) deram início à paralisação em adesão à greve nacional da categoria, que já completa 74 dias. Como o movimento está sob decisão judicial do STJ (Superior Tribunal de Justiça), só podem parar 50% dos trabalhadores em cada setor da universidade.

No campus em Campo Grande, a paralisação dos técnicos, mesmo limitada a 50%, deve ser mais sentida em setores como a Biblioteca Central, que vai funcionar em apenas um período, no HU (Hospital Universitário), devido à grande demanda existente, e, de acordo com o comando local de greve, existe uma preocupação da Reitoria quanto ao ritmo de trabalho nos setores responsáveis pela folha de pagamento, licitações e obras.

Na última terça-feira (16), em reunião com os coordenadores do Sista/UFMS (Sindicato dos Funcionários Técnico-Administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), o vice-reitor da instituição, João Ricardo Toghinini, declarou o apoio oficial da reitoria ao movimento, afirmando que espera que a greve seja vitoriosa porque representa avanço na carreira dos técnicos.

Na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), a adesão à greve foi decidida logo no início do movimento, em meados de junho. Em julho, os funcionários optaram por interromper a paralisação, atendendo à proposta de retomada das negociações feita pelo Ministério da Educação. Mas como o comando nacional não aceitou a proposta, a UFGD voltou à greve.

“Decidimos aderir agora à greve nacional primeiro em solidariedade aos companheiros da UFGD, mas também para lutar pelo avanço rápido nas negociações, tendo em vista que no dia 31 de agosto o governo fecha a LOA, que é a Lei Orçamentária Anual, e temos que garantir algum ganho para 2012”, avalia o coordenador do Sista/UFMS, Lucivaldo Alves dos Santos, que a partir da semana que vem estará em Brasília para integrar o comando nacional de greve.

A greve

A greve nacional dos funcionários técnico-administrativos das universidades federais foi deflagrada pela Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras) em 6 de junho, interrompendo as negociações da campanha salarial, que tinha nova rodada agendada para o dia 7. A proposta de greve, na ocasião, venceu por apenas 2 votos.

Em 15 de junho, a UFGD aderiu ao movimento, interrompendo gradualmente as atividades no campus e no HU. No dia 06 de julho, diante da proposta de retomada das negociações, a UFGD decidiu por fim à greve.

No entanto, na assembleia do comando nacional de greve, a votação da maioria foi por manter a paralisação: 23 instituições optaram por continuar em greve, enquanto 18 queriam interromper o movimento para negociar com o governo. Diante do quadro, a UFGD voltou à greve no dia 26 de julho.

Mesmo não aderindo à paralisação, o Sista/UFMS se manteve em estado de greve durante todo esse período. A decisão de parar voltou a ser votada na semana passada venceu a proposta de paralisação a partir de hoje.

STJ

O dia 26 de julho, a AGU (Advocacia Geral da União), ajuizou no STJ a petição 8634, em que cita a maioria dos 47 sindicatos que aderiram à greve, pedindo que o movimento fosse declarado ilegal, ou que se determinasse o limite de 30% para a paralisação dos servidores.

Na decisão, o relator, ministro Arnaldo Esteves Lima, entendeu que deveria deferir em parte solicitação da AGU e decidiu que os grevistas devem manter trabalhando um mínimo de 50% dos técnicos, excluídos os ocupantes de cargos de confiança.

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