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Ela foi a estrela da posse. Com um discurso irretocável e a firmeza de quem carrega um sobrenome importante na política de Mato Grosso do Sul, Simone Tebet mostrou mais uma vez que não está no mundo à passeio. Mãe, mulher, preocupada com as coisas da casa, vice-governadora e assumindo o cargo executivo quando necessário: […]

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Ela foi a estrela da posse. Com um discurso irretocável e a firmeza de quem carrega um sobrenome importante na política de Mato Grosso do Sul, Simone Tebet mostrou mais uma vez que não está no mundo à passeio. Mãe, mulher, preocupada com as coisas da casa, vice-governadora e assumindo o cargo executivo quando necessário: Ufa! Mas ela acredita que dá conta do recado. “E agradeço a missão”.

Para Simone, Mato Grosso do Sul, pode ser o “celeiro do mundo” como foi o sonho de Dom Bosco. “No futuro os olhos do mundo estarão voltados para nós”, entende ela que cita também Santo Agostinho e Vitor Hugo para falar de futuro, algo que considera não só como um desafio, mas uma “grande oportunidade”.

Primeira mulher a assumir o posto de vice-governadora em MS, Simone é filha do já falecido senador Ramez Tebet, Simone é quase uma unanimidade entre as lideranças políticas. Ela que começou a trajetória em 2003 como deputada estadual, e teve que renunciar ao segundo mandato como prefeita de Três Lagoas para concorrer as eleições em 2010 acredita que seu cargo é um concessão popular.

Ela não fala sobre os planos para 2014, já que seu nome é considerado forte para assumir o lugar de chefe no executivo. “Quero pensar no agora, no 2011, mas o que o meu partido precisar ou pedir eu estou a postos para os desafios”, afirma.

“Meu pai sempre me ensinou que quem tem o poder tem que servir e não ser servido”, faz questão de frisar. Em seu discurso de posse, fez questão de homenagear o pai, mas não deixou de lado as mulheres.

“Principalmente aquelas mais carentes, que muitas vezes encaram dois, três turnos de trabalho e ainda chegam em casa com amor para oferecer aos filhos e marido”, aponta.

A vice-governadora garante que é esse amor que ela trará para trabalhar no governo à partir de agora. Confira a entrevista que ela concedeu ao Midiamax durante a cerimônia de posse.

Midiamax: O que a população de Mato Grosso do Sul pode esperar de seu trabalho como vice-governadora?

Simone Tebet: Muito trabalho. Quero trabalhar no que será necessário, no que acredito. Sempre digo que Deus não escolhe as pessoas capacitadas. Não sei se tenho a capacidade, mas tenho certeza que ele capacita os escolhidos. E é isso que pretendo. Aprender e me capacitar e com esse aprendizado ajudar a todos os setores do Estado. Aqueles que eu já conheço mais um pouquinho e aprender com o que eu não conheço. Há muito que fazer em Mato Grosso do Sul. Temos um corpo técnico muito importante e isso é bom.

Midimax: O papel da mulher na política vem crescendo cada dia mais. A primeira Presidenta assume agora, Simone é a primeira vice-governadora mulher e as secretarias estaduais tem 50% de mulheres nas pastas. Como você vê crescimento do papel da mulher na política?

Simone: Se nós pensarmos, que nós nunca passamos de duas deputadas estaduais na Assembleia Legislativa, foi preciso 90 anos de existência da cidade de Três Lagoas para ter a primeira mulher , precisamos chegar em 2011 para ter a primeira vice-governadora mulher, eu acho que chegou tarde. Mas graças a Deus chegou, e nosso momento está ai.

Midiamax: A mulher tem um diferencial?

Simone Tebet: Eu acho ótimo, pois hoje a mulher ocupando 20%, 30% do espaço na política, ela traz junto uma prerrogativa que os homens não tem, que é o coração de mãe, que tem amor incondicional por tudo, pelo mundo. É um olha diferente, um olhar especial. Essa sensibilidade acima de tudo, é fundamental para o Brasil e para o Mato Grosso do Sul.

Midiamax: Quais são os problemas apontados em Mato Grosso do Sul?

Simone: Aqui nós temos um problema grande que são os vazios territoriais. Se pegarmos o norte, temos várias terras improdutivas. Não pode incompetência ou por incapacidade do homem do campo, mas é porque mesmo ele querendo, não tem condições muitas vezes de logística e infra-estrutura. Mas vamos trabalhar isso, em especial na área de transporte aéreo, terrestre e ferroviário para aproximar esses vazios das áreas comerciais e centrais. Nós podemos ter uma diversidade econômica maior, indústrias, com um zoneamento econômico e ecológico respeitando as condições econômicas e ecológicas de cada região. Com um incentivo diferenciado, para que haja melhor de condições de empregos.

Midiamax: Com a industrialização muda o cenário do Estado?

Sim, mas nunca se esquecendo do nosso setor primário, que é do agronegócios e especialmente lembrando dos fatores climáticos, pois esse é um setor que nos sustenta e segundo os estudos nos próximos anos pode até mesmo faltar alimento do mundo e termos os olhos do mundo voltado para nós. E até mesmo quem sabe sermos o sonho de Dom Bosco, de aqui ser o celeiro do mundo. Sem esquecermos os agronegócios, mas nós efetivamente para termos um Estado forte, precisamos industrializá-lo. É um setor que gira a máquina da economia. Ele gera emprego no campo, e muitas vezes três empregos indiretos no setor terciário que é o comércio. A industrialização aliada a qualificação da nossa mão de obra é a redenção de Mato Grosso do Sul para que nós atingir o desenvolvimento social e de qualidade de vida.

Midiamax: Mudando de assunto e indo para a parte prática; Já fez a mudança para a Capital? Já está instalada?

Eu estou no paraíso. Eu estou na casa de mamãe (risos). Já ouviu falar isso? Minhas filhas passam as férias na casa da avó paterna em Três Lagoas. E meu apartamento aqui na Capital, eu que estou voltando precisava de alguém para pintar agora no final do ano e não achei ninguém para pintar. Agora to esperando para conseguir contratar um pintor (risos).

Midiamax: Sim, está faltando mão de obra nesse setor em Mato Grosso do Sul, a senhora vê um caminho para isso?

Simone: Por isso que eu digo que o grande desafio talvez não seja a atração de indústrias. O Brasil já conhece Mato Grosso do Sul, nosso grande desafio, porque é muito caro e nós vamos precisar de parcerias para isso, é a qualificação da mão de obra.

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