Sindicato da enfermagem denuncia punições vexatórias após mobilização na Santa Casa

O Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Mato Grosso do Sul) denuncia que a direção da Santa Casa de Campo Grande teria exposto funcionários a uma situação vexatória como retaliação pela mobilização que realizam desde o mês passado por melhoria salarial. Segundo o Sindicato, desde o último dia 4, aproximadamente 500 funcionários […]

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O Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Mato Grosso do Sul) denuncia que a direção da Santa Casa de Campo Grande teria exposto funcionários a uma situação vexatória como retaliação pela mobilização que realizam desde o mês passado por melhoria salarial.

Segundo o Sindicato, desde o último dia 4, aproximadamente 500 funcionários teriam recebido advertências por escrito por participarem dos protestos.

Enfermeiros, técnicos e auxiliares teriam sido colocados em fila num corredor para receber as advertências, entregues por uma psicóloga. Para o Siems, essas condições configuraram situação de vexame e exposição indevida. “Quem aplicou a punição não foi nenhum chefe da enfermagem”, disse a presidente do Siems, Helena Delgado.

Nas advertências, um aviso do risco de ‘rescisão contratual’ para os reincidentes seria uma forma de intimidar os funcionários para esvaziar a mobilização, diz a sindicalista. Os funcionários alegam que assinaram e, como forma de protesto, no verso da folha escreveram “por reivindicar melhoria salarial, recebemos advertência administrativa”.

A Santa Casa, no entanto, nega as punições. A assessoria do hospital informou que a diretoria reconheceria que a classe possui o direito constitucional de fazer as mobilizações. Com cópia de um dos documentos, funcionários protocolaram nesta segunda-feira (8), denuncia contra as advertências.

Negociação

O impasse se intensificou quando a Santa Casa anunciou, no último dia 3, que não possui condições de arcar com as cláusulas de assistência de saúde aos genitores, auxílio creche para as mães do período noturno e gratificação para os técnicos de enfermagem, que tenham feito aperfeiçoamento, além do aumento salarial de 10%.

De acordo com o diretor administrativo da Junta Interventora da Santa Casa, Danilo Leon, com um aumento salarial de 6,3% o custo da Santa Casa seria de R$ 117 mil por mês.

Já com o aumento de 10%, as despesas girariam em torno de R$ 665 mil por mês. Com esse aumento, a folha salarial de enfermagem custaria R$ 2,5 milhões, aumento de 30% do valor, que hoje é de R$ 1, 856 milhões.

A Santa Casa de Campo Grande tem aproximadamente 850 profissionais da área, com 50 afastados, na maioria por problemas de saúde. O salário de um técnico de enfermagem é de R$ 798, do auxiliar R$ 745 e de um enfermeiro, R$ 2.225.

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