Sarkozy reafirma apoio à Grécia, que prometeu executar as reformas

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que o primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, prometeu em um encontro nesta sexta-feira executar dolorosas reformas na economia da Grécia apesar da crescente fúria popular e dos protestos nas ruas. O líder francês disse que a Europa vai dar apoio à Grécia em sua penosa reestruturação econômica porque […]

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O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que o primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, prometeu em um encontro nesta sexta-feira executar dolorosas reformas na economia da Grécia apesar da crescente fúria popular e dos protestos nas ruas. O líder francês disse que a Europa vai dar apoio à Grécia em sua penosa reestruturação econômica porque ‘o fracasso da Grécia seria um fracasso para toda a Europa’.

Sarkozy deu essas declarações Paris após encontro com Papandreou sobre as tentativas da Europa de fortalecer o pequeno país mediterrâneo. Descrevendo a Europa como ‘uma família’, Sarkozy disse que ‘quando um membro de uma família está em dificuldade, os demais devem agir para ajudá-lo’.

O líder francês também anunciou que vai se reunir com a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, na próxima semana em Berlim para discutir esforços adicionais de coordenação para enfrentar a crise da dívida da zona do euro e também para aprofundar a governança econômica na região.

‘Eu estarei na Alemanha nos próximos dias com a primeira-ministra Angela Merkel para continuar os trabalhos de colaboração e coordenação entre a Alemanha e a França para assegurar a proteção da Europa’, disse Sarkozy, que também vai se reunir com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, no dia 8 de outubro.

O líder grego classificou o encontro com Sarkozy de ‘bastante construtivo’ e convidou os parceiros europeus da Grécia a enviar observadores para verificar em primeira mão o compromisso do seu país em cumprir as metas de reforma econômica.

‘Eu disse ao presidente Sarkozy que qualquer país que quiser pode enviar especialistas para ver o que estamos fazendo… os sacrifícios que o povo grego está fazendo para mudar seu país’, afirmou Papandreou.

Na segunda-feira, a Grécia vai divulgar sua proposta para o orçamento 2012 e as linhas gerais de seu plano para reduzir seu déficit em 2013 e 2014. Essas medidas são vistas como fundamentais para Atenas garantir a liberação de uma parcela do programa de socorro financeiro da União Europeia e do FMI, que foi recentemente retida por causa da crescente frustração dos países da zona do euro com o lento ritmo das reformas estruturais.

No ano passado, a Grécia foi salva de um default da dívida ao receber uma ajuda financeira de 110 bilhões de euros (US$ 150 bilhões). Um segundo empréstimo de emergência, de 109 bilhões de euros, que a Grécia deve receber este ano inclui uma participação voluntária dos portadores privados dos bônus gregos, que concordaram em fazer uma troca da dívida com um desconto de cerca de 20% no valor de face dos bônus atuais.

Porém, muitos especialistas afirma que esse desconto deveria estar perto de 50%. Além disso, os líderes europeus estão debatendo no momento se vão exigir uma participação maior do setor privado sob condições controladas, ou seja, proporcionando ajuda aos bancos com maior exposição aos bônus gregos. Entre os portadores privados de bônus da Grécia estão grandes bancos franceses.

A França insiste que os termos do segundo pacote de socorro para a Grécia não devem ser alterados, porém, a líder alemã Angela Merkel disse nesta semana que estava aberta para renegociar esses termos. Sarkozy vem se esforçando para mostrar uma posição unificada com Merkel, mas os mercados financeiros ficaram assustados nesta semana pelos sinais de crescente desavença entre França e Alemanha, as duas maiores economias da zona do euro.

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