Relator da Lei Geral entende demora e cutuca: ‘Descobrimos a Copa agora’
Muitas reuniões, opiniões, avaliações distintas e pouca definição prática. Há mais de um mês, a Lei Geral da Copa é alvo de discussão entre o governo e a Fifa. Apesar de causar certo atrito com a entidade por conta da demora para serem aprovadas as mudanças requeridas, os políticos brasileiros que construíram o texto dizem […]
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Muitas reuniões, opiniões, avaliações distintas e pouca definição prática. Há mais de um mês, a Lei Geral da Copa é alvo de discussão entre o governo e a Fifa. Apesar de causar certo atrito com a entidade por conta da demora para serem aprovadas as mudanças requeridas, os políticos brasileiros que construíram o texto dizem que o período é normal.
– Às vezes, parece que estamos descobrindo a Copa do Mundo agora. Mas a Fifa já faz o evento há 80 anos, e todos os países-sede precisaram passar por essa fase de negociação – afirmou o relator do projeto, o deputado Vicente Cândido (PT/SP), em reunião da comissão especial criada para debater e definir os pontos que precisam ser revistos, nesta terça-feira.
Já o presidente da Comissão de Turismo, Desporto e Lazer, Jonas Donizete (PSB-SP), acredita que o órgão máximo do futebol não deve ser criticado, uma vez que luta para manter os direitos que possui por contrato. Ciente da forma como a Fifa trabalha, o Brasil é que buscou ser sede de 2014.
– Não podemos demonizar a Fifa. Foi o Brasil que escolheu ter a Copa. Só isso já rebate o argumento de que a soberania nacional esteja sendo ferida (por causa de remendos na leigslação que devem ser feitos, provisoriamente). Quando me perguntam, por exemplo, se a proibição da entrada com outros alimentos que não os vendidos no estádio não estaria ferindo nossa legislação, lembro que outros eventos já têm essa política, só permitindo o consumo de produtos vendidos na casa – opinou o político.
A Lei Geral, em tramitação no Congresso, contempla as 11 garantias feitas pela União à entidade no momento da candidatura. E discorre sobre política de ingressos, direitos de imagem, publicidade, comercialização de produtos em estádios, além de outros itens. A Fifa reclama que o caso já poderia estar nessa fase desde 2009, mas foi adiado até o limite da entidade.
Temor por pirataria não impede tradicional festa brasileira
O combate mais firme à pirataria, para evitar prejuízos, é outro alvo importante, mas não vai mexer com um ato tradicional do torcedor brasileiro: pintar as ruas usando símbolos da Copa e da Fifa.
– O combate à pirataria e ao uso indevido dos símbolos da entidade não impacta a população quando for fazer uma pintura de rua ou de muro celebrando o evento. Com relação à proibição da venda de alguns produtos em determinada áreas, ou por quem não é parceiro da Fifa, esse tipo de controle terá que ser feito por estados e municípios. Nos coube, no projeto, ajudar nessas ações com a legislação – confirmou o ministro do Esporte, Orlando Silva.
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