‘Operação Padrão’ do Iagro afeta produtores e pode ter reflexos no mercado

“Vários produtores já nos ligaram, tem muita gente apreensiva sem saber o que fazer. Um produtor, por exemplo, já está com dificuldade para embarcar 500 bois.”

Esse foi um dos comentários de Chico Maia, presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul. Na tarde desta quinta-feira (17), ele opinou sobre a “Operação Padrão”, que começou a ser aplicada hoje pelos servidores da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal).

O presidente da Acrissul lembrou que a pecuária é muito importante, como a Iagro também é para a economia de Mato Grosso do Sul. “Se são ações que implicam em não vender nosso boi com agilidade; o frigorífico também não pode abater e assim vai. Quer dizer, causa enorme prejuízo aos nossos produtores. A nossa moeda é o boi, se não pudermos vender o animal, o que vamos fazer?”.

Apesar das dificuldades, o representante da Acrissul espera que as duas partes se entendam, de ‘preferência rapidamente’. “Por isso, nós da Acrissul, torcemos pra que governo e funcionários da Iagro entrem em acordo o mais rápido possível e os produtores não sejam penalizados pela Operação Padrão”.

Chico Maia falou sobre a mudança na Iagro, que pode trazer, além de prejuízos, transtornos para o homem do campo. “Entendemos que qualquer a alteração na rotina de trabalho, que venha gerar uma greve ou uma ação que dificulte o produtor a negociar o gado, o grande prejudicado é, como sempre, nossa classe produtora”.

“Sem tomar partido (nem do lado do governo nem defendendo a Iagro), falou: “No momento, estamos como expectadores e, claro, torcendo muito pra solução deste problema. Eu acredito em um entendimento entre governo e Sindicato da categoria”.

Encargos para os produtores

Um dos principais escritórios da Iagro fica, inclusive, dentro da Acrissul.

Somente com a GTA (Guia de Trânsito Animal), o produtor paga R$ 1,5 milhão por mês. Somando os gastos com o Fundersul, são outros R$ 15 milhões, mensalmente.

Além dos vários impostos diretos, o produtor paga caro para poder negociar seu boi. “São 190 milhões por ano só com o Fundersul. Então acredito que falta de recurso não seja. Talvez seja a hora pra se ‘rediscutir’ as condições de trabalho ou reformulação nos planos de cargos e salários dos servidores da Iagro.”