Perícia tem novo equipamento que permite observar vestígios invísíveis a olho nu

A perícia criminal de Mato Grosso do Sul adquiriu um novo equipamento que permite a análise de vestígios invisíveis a olho nu. A partir de agora o Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (Ialf) conta com a Fonte Luz Forense Multiespectral (FLFM). A ferramenta permite observar, fotografar e coletar vestígios em superfícies diversas com mais sensibilidade […]

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A perícia criminal de Mato Grosso do Sul adquiriu um novo equipamento que permite a análise de vestígios invisíveis a olho nu. A partir de agora o Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (Ialf) conta com a Fonte Luz Forense Multiespectral (FLFM). A ferramenta permite observar, fotografar e coletar vestígios em superfícies diversas com mais sensibilidade do que métodos tradicionais. A fonte luz forense oferece resultados periciais mais efetivos na materialização de crime.

Com o equipamento, os peritos criminais conseguem observar fluidos corporais – como sangue, esperma, saliva, fezes, urina, fluídos vaginais, entre outros – em locais ou objetos utilizados em crimes. Além dos fluídos, os peritos também obtêm pequenos vestígios, como cabelos e pêlos, fibras, fragmentos ósseos, unhas, impressões latentes diversas (pegadas em superfícies polidas, palmares, plantares e digitais etc.) e marcas como mordidas e ferimentos.

Peritos criminais avaliam positivamente o novo equipamento, sobretudo em análises de casos de estupro, porque o profissional poderá restringir a coleta de material àquelas regiões onde efetivamente estão as manchas em grande áreas de evidência, como lençóis, colchões, carpetes ou toalhas.

A luz forense também é um avanço pericial por não ser um método destrutível e pode ser utilizado antes da aplicação do luminol – metodologia que continuará a ser usada. O novo equipamento também representa economia na manutenção em relação ao valor praticado na aquisição do luminol.

A ferramenta é constituída de uma poderosa lâmpada e filtros que são capazes de selecionar bandas da luz (comprimentos de onda), que são caracterizadas por cores individuais. Essas cores aplicadas nos vestígios melhoram a visualização através de técnicas de interação da luz que fazem o vestígio brilhar como fluorescente. A amostra também pode ser melhor observada pelo perito criminal por meio da absorção, quando ele fica mais escuro que o suporte e iluminação oblíqua, fazendo o vestígio ser revelado pelo acúmulo de pequenas partículas ao redor.

Na prática, o Perito Criminal, ao aplicar a luz forense, deverá avaliar as características do suporte onde se buscam os vestígios, para então poder selecionar os comprimentos de onda, óculos e filtros de máquina fotográfica que poderão ser empregados, assim se pode proporcionar uma melhor definição das imagens materializadas.

Peritos criminais do Ialf já iniciaram o procedimento de validação da metodologia de análise com a luz forense e os primeiros resultados obtidos pelos profissionais se demonstraram extremamente significativos.

O convênio, firmado entre o governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), e a Senasp, tem investimentos de R$ 1 milhão, com contrapartida de 10% do Estado. Além da luz forense a perícia criminal sul-mato-grossense terá outros equipamentos destinados à modernização dos métodos utilizados pelos profissionais.

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