MP decide enviar ao STF processo de desvio de verbas no Turismo

O Ministério Público Federal decidiu encaminhar ao Supremo Tribunal Federal o processo que investiga o desvio de dinheiro do Ministério do Turismo. As investigações apontaram o envolvimento da deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP) no esquema. Pela Constituição, cabe ao STF abrir processos para investigar deputados. O MPF vai encaminhar também uma cópia do processo para […]

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O Ministério Público Federal decidiu encaminhar ao Supremo Tribunal Federal o processo que investiga o desvio de dinheiro do Ministério do Turismo. As investigações apontaram o envolvimento da deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP) no esquema. Pela Constituição, cabe ao STF abrir processos para investigar deputados.

O MPF vai encaminhar também uma cópia do processo para a Procuradoria-Geral da República.

As menções ao suposto envolvimento da deputada aparecem em depoimentos dos presos na Operação Voucher, deflagrada nesta semana pela Polícia Federal para dissolver um suposto esquema de desvio de verbas do Ministério do Turismo.

Fátima Pelaes destinou emendas no valor de R$ 9 milhões para projetos de turismo no Amapá. Segundo relatório do TCU (Tribunal de Contas da União), a deputada enviou ofício ao ministério do Turismo avisando que o dinheiro era para a ONG Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), onde trabalha uma sobrinha de Fátima.

Alguns presos disseram, em depoimento, que a deputada Fátima Pelaes recebeu parte do dinheiro desviado, o que ela nega.

David Lorran Teixeira afirmou que o tio dele, Wladimir Furtado, diretor-presidente da ONG Conectur, contou que a deputada Fátima Pelaes iria liberar R$ 2,5 milhões de recursos federais” para a Conectur divulgar o turismo no Amapá”. Ele afirmou ainda que seu tio disse que a deputada Fátima Pelaes “ficaria com aproximadamente R$ 500 mil”.

Errolflyn Paixão, também diretor da Conectur, declarou à Polícia Federal que Wladimir Furtado disse “que o dinheiro seria devolvido à deputada”.

“Encontrei com o Wladimir por acaso e ele disse que estava regularizando a Conectur para fazer o convênio para ele receber o dinheiro da emenda da deputada, que ele pensava que era negócio de R$ 50 mil, R$ 100 mil, e ele mesmo se assustou, que eram R$ 2 milhões”, afirmou Errolflyn Paixão em entrevista nesta sexta.

No depoimento de Mérian Guedes de Oliveira, ela contou que, “na divisão do dinheiro, a deputada Fátima Pelaes ficou com a maior parte”.

Em nota, a deputada  declarou que está acompanhando as investigações dos órgãos competentes e espera que os culpados sejam punidos. Fátima chamou de “levianas” as acusações feitas por Paixão  e que tomará as providências cabíveis.

A Polícia Federal e o MPF trabalham para concluir o inquérito e apresentar a denúncia contra os envolvidosno caso na semana que vem.

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