Morte de Bin Laden dá força a Obama, mas tema econômico definirá reeleição
A popularidade de Barack Obama atingiu o seu maior índice em dois anos depois da morte de Osama bin Laden, mas esta evolução no apoio ao presidente não refletiu em crescimento nas intenções de voto para a disputa da reeleição em novembro de 2012. Para analistas, apesar de a ação contra o líder da Al-Qaeda […]
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A popularidade de Barack Obama atingiu o seu maior índice em dois anos depois da morte de Osama bin Laden, mas esta evolução no apoio ao presidente não refletiu em crescimento nas intenções de voto para a disputa da reeleição em novembro de 2012. Para analistas, apesar de a ação contra o líder da Al-Qaeda ter fortalecido a imagem do presidente, a economia deverá ser mais decisiva para definir se ele conseguirá ocupar a Casa Branca por mais quatro anos.
Segundo avaliação do Instituto Gallup, “o aumento na aprovação de Obama depois da missão contra Bin Laden não está relacionada a uma maior vontade em apoiá-lo na reeleição de 2012. O crescimento deveu-se muito mais a uma elevação da popularidade do presidente entre os republicanos do que entres os independentes e democratas, provavelmente porque o partido opositor apresenta um suporte maior para o assassinato de Bin Laden”.
Como os membros desse bloco conservador dificilmente mudariam de lado, “seria necessário um evento que atraísse mais apoio entre os independentes”, como melhores resultados econômicos.
Os americanos citam a economia como um dos temas mais preocupantes, com 72%, seguido pelos gastos públicos, reforma no sistema de saúde e desemprego. Apenas 40% incluíram o risco de ataques terroristas, que seria indiretamente relacionado a Bin Laden. Entre os independentes, as médias são parecidas, indicando que Obama precisa apresentar resultados mais rapidamente para reduzir a taxa de desemprego, atualmente em cerca de 9%, e acelerar o crescimento do PIB, que diminuiu o passo em 2011. Segundo pesquisa da CNN, 42% dos americanos aprovam a sua condução da economia, enquanto 56% reprovam.
“Não está claro se o crescimento na aprovação durará até a próxima eleição, mas a posição de líder militar de Obama o fortaleceu e isso será importante a longo prazo. De qualquer forma, o que deve definir mesmo a eleição é a situação econômica”, disse Julia Clark, do instituto de pesquisas Ipsos.
Segundo o professor de ciência política da Universidade George Washington, Chris Arteton, “Obama passou a ter a imagem de hábil em política externa, mas a economia é o que deve afetar o resultado. Se estiver ruim, pode ser um problema para Obama. No entanto, se estiver indo bem, outros temas podem pesar”. “E o aumento na aprovação de Obama que se seguiu à ação contra Bin Laden”, afirma o analista ao Estado, “já começou a diminuir nos últimos dias”.
Além disso, aumento de popularidade não costuma se refletir em vitória eleitoral. Ronald Reagan possuía um índice de aprovação (41%) menor do que o de Obama (53%) e abaixo da média histórica dos presidentes (54,7%) com o mesmo tempo de mandato do atual presidente, segundo o Gallup. Apesar disso, um ano e meio mais tarde, o republicano conseguiu a mais arrasadora vitória da história moderna americana ao ser derrotado em apenas um dos Estados americanos. Já o seu sucessor, George Bush (o pai), possuía 77% de apoio, com o índice sendo puxado pelo os bons resultados na Guerra do Golfo. Dezoito meses mais tarde, foi derrotado por Bill Clinton.
Por enquanto, pesquisa do instituto Ipsos indica que Obama venceria qualquer um dos candidatos republicanos. A disputa mais apertada seria contra o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, em que venceria por 51% a 38%. O Gallup realizou um levantamento em que o presidente concorre contra um republicano genérico e a diferença seria menor, de três pontos porcentuais. Apesar disso, uma vitória republicana não pode ser descartada, levando em conta a maior participação republicana nas últimas eleições para o Congresso, a dificuldade de Obama para mobilizar seus eleitores e a redistribuição das cadeiras do colégio eleitoral, que favoreceu o Partido Republicano.
“Muitos jovens e minorias, que votaram em número recorde, talvez não compareçam. A paixão por Obama esfriou. O que consola os democratas é que os republicanos não possuem um candidato com forte apelo”, afirma Bill Schneider, professor da Universidade George Mason.
O maior obstáculo entre os republicanos é escolher entre um candidato conhecido, como Sarah Palin, conhecida por 96% dos eleitores, ou um com mais resultados para apresentar, como Mitch Daniels, governador de Indiana com uma taxa de conhecimento de apenas 34%.
“Para derrotar Obama entre os independentes, seria mais fácil escolher uma figura como Daniels, que conseguiu excelentes resultados na administração de Indiana durante a crise e seria visto como um homem forte para conduzir a economia”, afirma Arteton.
O problema, segundo o professor é que ele, assim como outros governadores, precisam enfrentar o processo das primárias. “E os Estados onde ocorrem as primeiras votações são Iowa, New Hampshire e Carolina do Sul, onde o eleitor republicano costuma ser próximo do Tea Party, o que favoreceria figuras como o Mike Huckabee”, afirmou.
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