Ministro admite de medidas para conter valorização do real
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, não descarta novas medidas para conter a valorização excessiva do real ante o dólar. Ele, porém, disse que não pode antecipar qualquer medida cambial e como o governo vai agir porque o mercado financeiro pode procurar brechas entre as medidas. “Os mercados são muito criativos para ganhar dinheiro e, […]
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, não descarta novas medidas para conter a valorização excessiva do real ante o dólar. Ele, porém, disse que não pode antecipar qualquer medida cambial e como o governo vai agir porque o mercado financeiro pode procurar brechas entre as medidas.
“Os mercados são muito criativos para ganhar dinheiro e, nessas situações, a surpresa é muito importante. Essa é uma matéria que exige muita criatividade. O pessoal não brinca em serviço, temos fechado a porta e administrado essa situação”, afirmou.
Ele destacou ainda, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, a importância do governo adotar vários instrumentos de combate à inflação e não só a elevação da taxa básica de juros (Selic). “É salutar que usemos vários instrumentos porque a pressão no preço tem causas diversas. Mas o Banco Central tem que estar atento à conjuntura”, disse para justificar a utilização da Selic no controle à inflação.
O ministro admitiu que a economia ainda tem um nível desconfortável e que é preciso adotar medidas para mudar o quadro. “Nós não podemos forçar o cidadão a usar ou não um determinado indexador. Mas precisamos procurar uma solução, que não pressione os preços”.
Perguntado sobre o próximo reajuste do salário mínimo, que será promovido no ano que vem, Mantega avaliou que é suportável um reajuste de 13% a 14%. O ministro acredita que, nesse patamar, não haverá impacto nas contas da Previdência Social, podendo inclusive haver aumento na arrecadação previdenciária.
O corte dos restos a pagar de 2007, 2008 e 2009, rubrica do Orçamento que inclui obras e serviços não pagos no exercício em que os recursos foram empenhados, foi também tema de debate na audiência da CAE. Mantega disse que a medida foi uma saída de equilíbrio porque o governo não pode ficar carregando uma massa de restos a pagar. O cancelamento englobou obras e serviços ainda não iniciados e representa uma economia de R$ 10 bilhões.
Em dezembro de 2010, decreto assinado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabeleceu a prorrogação, até 30 de abril de 2011, do prazo dos restos a pagar não processados nos exercícios financeiros de 2007, 2008 e 2009, com exceção das despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da área de saúde. O decreto estabeleceu que, a partir de agora, os restos a pagar não liquidados e não processados terão validade até 31 de dezembro do ano subsequente.
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