Militantes do MST e da CUT ocupam prédio do Incra pedindo indicação de superintendente

Órgão é comandado interinamente desde agosto do ano passado, quando a PF prendeu o superintendente por suposta participação num esquema ilegal de venda e distribuição de lotes

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Órgão é comandado interinamente desde agosto do ano passado, quando a PF prendeu o superintendente por suposta participação num esquema ilegal de venda e distribuição de lotes

Ao menos 360 membros dos MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) e da CUT (Central Única dos Trabalhadores) ocupam desde a manhã desta segunda-feira o prédio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), no centro de Campo Grande. O manifesto tem a ver com a demora na nomeação do novo superintendente do órgão.

Os projetos que contemplam a reforma agrária em Mato Grosso do Sul foram suspensos desde agosto do ano passado, quando a Polícia Federal prendeu o então superintendente do Incra Waldir Cipriano Rabelo durante a operação batizada de Tellus.

A PF descobriu um esquema fraudulento na venda de lotes com participação de servidores do Incra. Desde então, o órgão é comandado interinamente. Nem assentado nem acampado recebe qualquer benefício do governo federal.

Da operação da PF para cá o Incra, por solicitação do MPF (Ministério Público Federal) fiscalizava os assentamentos no Estado. Ao menos 30% dos lotes são habitados de modo irregular, segundo o órgão.

Raquel dos Santos, uma das líderes da CUT, disse que as entidades ligadas aos sem-terra já enviaram comunicados ao governo federal e ao Incra nacional, mas até agora nenhuma autoridade oficial respondeu o questionamento, no caso, a data da nomeação do novo superintendente.

A dirigente disse que o protesto vai durar até que as autoridades atendam a solicitação das entidades. Ela informou que mais famílias devem se juntar ao movimento até a tarde desta segunda-feira.

Protesto igual ao que acontece em Campo Grande é feito também em Dourados e na fazenda Itamarati, onde fica o maior assentamento do Estado.

Ao menos até o início da tarde, ninguém do Incra havia se manifestado quanto ao ato do MST e da CUT.

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