Mesmo pressionado, embaixador da Líbia no Brasil diz que não renunciará

Em árabe e sem dar espaços para perguntas, o embaixador da Líbia no Brasil, Salem Ezubedi, reiterou hoje (24), durante pronunciamento de cerca de uma hora, que ficará no cargo para ser fiel ao seu país. Quase no mesmo momento em que ele fazia essa afirmação, o embaixador líbio na Jordânia, Mohammed Hassan al-Barghathi, anunciava […]

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Em árabe e sem dar espaços para perguntas, o embaixador da Líbia no Brasil, Salem Ezubedi, reiterou hoje (24), durante pronunciamento de cerca de uma hora, que ficará no cargo para ser fiel ao seu país. Quase no mesmo momento em que ele fazia essa afirmação, o embaixador líbio na Jordânia, Mohammed Hassan al-Barghathi, anunciava sua renúncia ao posto. No total, 11 embaixadores deixaram suas funções por divergir do governo Muammar Khadafi.

Ezubedi disse ter sido pressionado nos últimos dias para deixar o cargo, mas descartou essa possibilidade. Segundo ele, antes de convocar a imprensa brasileira, ele se reuniu com conselheiros. Essa foi a primeira vez que o embaixador fez um pronunciamento a jornalistas brasileiros.

“Aqui represento meu país e considero meu trabalho uma responsabilidade e honra. O abandono do cumprimento da minha responsabilidade seria uma traição ao meu país, que não é aceita pela minha cultura nem pelo meu caráter nem pela honra da minha família”, disse o diplomata líbio.

Em Brasília desde 2007, o embaixador líbio, que arrisca poucas palavras em português, afirmou que há “relações diferenciadas” que unem a Líbia e ao Brasil, referindo-se a uma convivência respeitosa e harmônica entre os dois governos.

A crise na Líbia começou no último dia 15. De lá para cá, 11 embaixadores líbios deixaram seus postos. Os diplomatas comandavam as missões nos Estados Unidos, na Índia, China, Austrália, em Bangladesh, na Indonésia, Malásia, Polônia e Jordânia, além de representarem o país na Liga Árabe e na Organização das Nações Unidas (ONU).

Também se exoneraram os ministros da Justiça, Mustafa Mohamed, e do Interior, o general do Exército Abdul Fatah Younis. Mohamed e Younis renunciaram esta semana, depois afirmarem publicamente que são contrários às decisões tomadas pelo governo Khadafi. Younis sugeriu que as Forças Armadas seguissem seu exemplo.

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