Mais de 45% das contaminações por alimentos ocorrem nas residências
Apesar da refeição feita fora de casa ser a suspeita número um em risco de contaminação, as estatísticas revelam que os locais de maior ocorrência são nas próprias residências.
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Apesar da refeição feita fora de casa ser a suspeita número um em risco de contaminação, as estatísticas revelam que os locais de maior ocorrência são nas próprias residências.
Uma pesquisa do Ministério da Saúde revelou que no Brasil, de 1999 a 2007, ocorreram 5.699 surtos de doenças transmitidas por alimentos, deixando 114 mil pessoas contaminadas. Apesar da refeição feita fora de casa ser a suspeita número um em risco de contaminação, conforme os dados de 2005 da SVS/MS (Secretaria de Vigilância da Saúde de Mato Grosso do Sul) os locais de maior ocorrência de contaminação são as próprias residências, com 48,5%, em seguida os restaurantes ,18,8%, e as escolas 11,6%.
Pensando nisso, desde 1998, o PAS (Programa Alimentos Seguros) apoia toda a cadeia de produção de alimentos, ou seja, do produtor ao consumidor final. “Capacitamos desde o campo até a mesa, mas nosso foco agora é o consumidor, em razão do grande risco de contaminar o alimento ao manipulá-lo. Já são mais de 30 mil empresas capacitadas pelo programa e, com certeza, com a sua implantação, a cadeia produtiva está bem mais segura e competitiva”, afirmou a assessora técnica do PAS, Gabriele Robbes, de 38 anos.
Nesta semana, a equipe do Programa visitou a capital de MS, Campo Grande, realizando ações durante três dias. Conforme a assessora técnica, neste ano, já foram visitadas seis Capitais, e semana que vem a equipe irá para o Espírito Santo e Roraima. “A receptividade aqui em Campo Grande foi muito boa. O governo do estado dará continuidade ao nosso trabalho. Agora, nossa meta é continuar percorrendo todas as regiões do país”, contou Gabriele Robbes.
Nesta sexta-feira (21), das 11h às 14h, ocorreu a última ação no Sesc (Serviço Social do Comércio) do Horto Florestal, e a dona de casa Vanessa Oliveira, de 28 anos, ficou bastante interessada sobre o assunto. “Ações como esta são excelentes, ainda mais que eu tenho uma criança em casa. É muito importante me informar e ficar mais atenta”, disse.
O corretor de Imóveis, Ivan dos Santos, de 47 anos, também ficou interessado nas explicações. “São dados bastante importantes. Nós percebemos que o alimento está contaminado apenas pelo cheiro ou aspecto. Mas desconhecemos que devemos tomar mais cuidados, porque o alimento não precisa necessariamente estar com aparência de estragado para causar doença”, refletiu Ivan.
Previna-se
Conforme o Ministério da Saúde, as estatísticas revelam que as bactérias são responsáveis por 83,5% das contaminações. A Salmonella spp é a vilã na contaminação, presente em mais de mil surtos, com 42,2%. Em seguida estão os vírus, observados em 14,1% dos casos notificados, e produtos químicos, com 1,3%.
A assessora técnica informou que os motivos de contaminação mais freqüentes são deixar o alimento pronto por mais de duas horas fora da geladeira, não aquecer bem as sobras de comidas antes de consumi-las e a contaminação cruzada, que é manusear o mesmo utensílio em produtos crus e preparados.
“Outro problema é que muita gente se esquece de armazenar os alimentos corretamente, em refrigeradores ou freezers. Com isso, ficam expostos à temperatura ambiente e sujeitos à multiplicação de microorganismos”, alerta Gabriele. Os principais sintomas da contaminação são falta de apetite, náuseas, vômitos, diarréia, dores abdominais e febre.
Portanto, para evitar este tipo de problema é necessário seguir algumas recomendações, tais como lavar as mãos antes e durante a preparação dos alimentos, limpar bem os utensílios, separar alimentos crus dos cozidos, reaquecer os alimentos conservados a 70°C, alimentos prontos que serão consumidos posteriormente devem ser armazenados sob refrigeração, checar o prazo de validade, acondicionamento e as condições físicas, como aparência, consistência e odor.
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