Laudos confirmam que Arthur Marinho pode sediar jogos, aponta Funec

O estádio Arthur Marinho “reúne condições para realização de jogos de futebol, uma vez que está em boas condições de conservação. Os reparos a serem feitos não comprometem sua utilização, pois apresenta conforto suficiente e segurança para os torcedores”. Essa é a conclusão do laudo de engenharia feito na praça esportiva, a pedido da Fundação […]

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O estádio Arthur Marinho “reúne condições para realização de jogos de futebol, uma vez que está em boas condições de conservação. Os reparos a serem feitos não comprometem sua utilização, pois apresenta conforto suficiente e segurança para os torcedores”. Essa é a conclusão do laudo de engenharia feito na praça esportiva, a pedido da Fundação de Esportes de Corumbá (Funec) – administradora do estádio – após a reforma promovida no local para dotá-lo de condições de uso. Nas obras foram investidos cerca de R$ 2 milhões.

Segundo o diretor-presidente da Funec, Heliney Miranda Júnior, o laudo é bastante contundente sobre a situação estrutural do estádio. “Pegaram trechos do laudo do engenheiro e tiraram algumas observações que havia feito. Porém, no próprio laudo o engenheiro é definitivo e afirma que nenhuma dessas observações são impeditivas ou trazem risco para o torcedor. Ele apenas recomenda que ao longo do tempo, Prefeitura e Funec viabilizem essas adequações. Mas, em nenhum momento, essas questões impedem o uso”, explicou a este Diário. O laudo emitido pela Polícia Militar expirou em 14 de janeiro passado, confirmou Miranda, mas a Fundação já viabiliza o novo documento.

De acordo com a 43ª Promotoria de Justiça, de Campo Grande, para que o Estádio Artur Marinho possa sediar jogos dos campeonatos organizados pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, é necessário que apresente as adequações apontadas no laudo técnico de engenharia, que são: monitoramento da qualidade da água proveniente de poço e reservatórios; serviços de reparos das juntas de dilatação das arquibancadas cobertas e descobertas; serviço de impermeabilização das lajes; além da correção das demais deficiências apontadas pela avaliação de engenharia.

Miranda disse que a Funec foi surpreendida pela decisão do Ministério Público Estadual (MPE). “Até agora a Funec não foi notificada formalmente. Vamos contactar a 43ª Promotoria de Campo Grande para pedir as informações desse processo. A partir das informações recebidas, vamos ver qual posição iremos tomar”, disse o presidente da Fundação. “Vamos buscar conhecimento de todos os autos do processo, para termos informações mais balizadas e esclarecermos qual é o motivo, de fato, dessa interdição”, complementou.

O responsável pela Fundação de Esportes confirmou que o Corumbaense foi informado pela Federação de Futebol das pendências, como declarou o vice-presidente da FFMS, Marco Antônio Tavares. Mas, Heliney Miranda disse que a notificação tinha de ser encaminhada para a administradora do Arthur Marinho. “O presidente do Corumbaense me informou que ao ser notificado pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul respondeu, com ofício, que a notificação deveria ser enviada à Funec, protocolada na Prefeitura ou na Fundação, para que tivéssemos ciência do processo. O estádio não pertence ao Corumbaense, é apenas usado pelo Corumbaense Futebol Clube. A Funec nunca foi notificada, nem pela Federação nem pelo Ministério Público Estadual. Somente o Corumbaense foi notificado e respondeu que de fato e direito quem teria de ser notificada era a Prefeitura e a Funec, que hoje é a administradora do estádio”, finalizou.

Repensar a participação no Estadual

As constantes polêmicas levantadas a partir dos laudos técnicos do estádio Arthur Marinho devem fazer com que o Corumbaense “repense” futuras participações nos campeonatos promovidos pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. Esta é a opinião do diretor-presidente da Fundação de Esportes de Corumbá (Funec), Heliney Miranda Júnior.
“De repente, faltando quatro dias para término da entrega dos laudos [o prazo final vence na terça-feira, 25] você é pego de surpresa com uma notificação como essa. Então, não sei se a Federação quer Corumbá ou o Corumbaense no campeonato. Nós temos de repensar se queremos participar ou não desse campeonato”, afirmou Miranda a este Diário.

O presidente da Fundação de Esportes reforçou que anualmente os laudos técnicos do Arthur Marinho são questionados. “Todo ano tem essa novela com relação ao estádio e Corumbá parece que é ator principal. Investimos quase R$ 2 milhões no estádio, com apoio do senador Delcídio do Amaral. Todo ano tem essa novela, vai ter jogo, não vai. Parece que a Federação não quer Corumbá, não quer o Corumbaense na linha do futebol profissional”, reforçou.

Não sediar jogos em casa – como prevê o MPE em caso de não cumprir as adequações determinadas – é outro fator para que as participações futuras do Carijó da Avenida no Estadual sejam reavaliadas. “Se a Federação entende que o Corumbaense não pode, vai caber também ao clube decidir se o Corumbaense quer disputar o campeonato. Nós investimos R$ 2 milhões para dotar o estádio de ótimas condições de uso”, afirmou. Miranda disse que a Prefeitura trabalha com o dia 12 de março para a estreia do Corumbaense, no Arthur Marinho, diante do Águia Negra. “Se a tabela não mudar, porque muda todo o dia”, argumentou.

Na avaliação de Heliney Miranda, as condições estruturais da praça esportiva de Corumbá foram reconhecidas positivamente em nível nacional e fica difícil entender os motivos para a interdição. “Como vai interditar um estádio que recebeu há pouco mais de dois anos investimentos de R$ 2 milhões; que recebeu a Seleção sub-20, que saiu com análise da CBF dizendo que pode receber jogos de qualquer nível; que depois recebeu o Botafogo e sua diretoria elogiou o estádio? A própria Federação, na Copa MS disse que o Arthur Marinho e outros três eram os únicos do Estado que podiam receber jogos oficiais da Federação e da CBF. Houve, inclusive, sondagem para realizar o jogo da Copa do Brasil entre Comercial e Vasco aqui”, finalizou.

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