Jurados de Cannes têm escolha difícil para Palma de Ouro
O júri do Festival de Cannes, presidido por Robert de Niro, tem uma escolha difícil a fazer neste domingo, com filmes da Finlândia, Espanha, Estados Unidos e França todos no páreo para ganhar a Palma de Ouro. Adivinhar o vencedor da principal mostra de cinema, ofuscada esse ano pela saída chocante do diretor Lars Von […]
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O júri do Festival de Cannes, presidido por Robert de Niro, tem uma escolha difícil a fazer neste domingo, com filmes da Finlândia, Espanha, Estados Unidos e França todos no páreo para ganhar a Palma de Ouro.
Adivinhar o vencedor da principal mostra de cinema, ofuscada esse ano pela saída chocante do diretor Lars Von Trier por ter brincado que era nazista, é uma tarefa bem complicada.
A corrida pelo prêmio de 2011 está sendo considerada como excepcionalmente equilibrada, porém, o americano Terrence Malick, tem um leve favoritismo com o seu épico metafísico, “The Tree of Life”, estrelado por Brad Pitt.
Também fortemente considerada uma favorita pelos críticos notoriamente exigentes de Cannes, há a comédia do cineasta finlandês Aki Kaurismaki, “Le Havre”; o filme mudo, em preto em branco francês, “The Artist”; e o thriller “The Skin I Live In”, do espanhol Pedro Almodóvar.
Outros cinco filmes ganharam apoio apaixonado, porém não unânime, reforçando a impressão que a escolha desse ano subiu de nível, depois de algumas competições decepcionantes nos últimos anos.
“A minha escolha para a Palma de Ouro seria “Le Havre” de Aki Kaurismaki, seguido dos filmes de Pedro Almodóvar, “The Skin I Live In”, e “Kid with a Nike” dos irmãos Dardenne”, disse Mike Goodridge, editor de revista sobre cinema Screen.
“A minha aposta é que um júri presidido por Robert de Niro vai escolher “The Tree of Life”, completou.”
Além dos filmes, as principais celebridades compareceram em peso, as festas foram barulhentas e luxuosas e o gigante mercado viu sinais claros que a crise financeira que enfraqueceu os festivais recentes está, finalmente, saindo de cena.
HITLER
Os filmes ficaram em segundo lugar na quarta-feira, quando Lars Von Trier fez piada durante uma entrevista coletiva, dizendo que era nazista e que gostava de Hitler, um comentário que fez com que a direção do festival tomasse a atitude inédita de expulsá-lo, no dia seguinte.
Von Trier disse à Reuters que a decisão foi um choque para ele e repetiu que sentia muito se havia ofendido alguém. Entretanto, ele acrescentou que a sua saída vergonhosa de um festival onde ganhou a Palma de Ouro em 2000 poderia fortalecer sua fama de rebelde.
Seu filme na competição, “Melancolia” com Kirsten Dunst e Charlotte Gainsburg como irmãs que enfrentam a aniquilação durante uma colisão cósmica, continuou na competição, o que significa, pelo menos em teoria, que ainda pode ganhar prêmios, inclusive a Palma de Ouro.
Um vencedor mais provável seria o semi recluso Malick, que apresentou a sua tão esperada versão sobre a vida e a morte, em uma envolvente história, com imagens do espaço, dinossauros e vulcões.
O filme dividiu a opinião da crítica, assim como o filme de Von Trier, que abordou temas tão importantes, de uma maneira mais pessimista.
Duas histórias leves estão entre os favoritos, fato incomum para Cannes, onde filmes sombrios e melancólicos tendem a ser considerados os favoritos.
“The Artist” é um romance ousado que transporta os espectadores de volta aos filmes mudos de Hollywood, da década de 1920, enquanto Kaurismaki trouxe “Le Havre”, uma comovente comédia estilizada, sobre um velho engraxate que impede a captura de um imigrante africano.
Os irmãos Dardenne, da Bélgica, têm a chance de bater um recorde, levando a terceira Palma de Ouro com o seu popular “The Kid with a Bike”, enquanto Lynne Ramsay lidera as preferências do ranking entre as diretoras, com outro filme sobre uma infância problemática, “We Need to Talk About Kevin”.
Pedro Almodóvar deu um passeio no lado escuro, com o thriller sobre um cirurgião, interpretado por Antonio Banderas, em busca de vingança e Nuri Bikge Ceylan, da Turquia, impressionou a platéia com o seu lento e bem trabalhado “Once Upon a Time in Anatólia”.
O dinamarquês Nicholas Winding Refri também está na corrida, com o seu filme violento de perseguição “Drive”, estrelado por Ryan Gosling, enquanto Paolo Sorrentino transformou Sean Penn em um roqueiro gótico deprimido e acabado em “This Must Be the Place”.
O último filme a ser exibido foi “The Source”, filme de Radu Mihaileanu, sobre uma mulher árabe que enfrenta os homens da sua aldeia, em uma história que reflete bem o espírito das revoltas da “Primavera Arabe”.
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