Juiz anula decisão que tirou Antônio Cruz do comando do PP estadual

Cúpula do partido havia destituído o ex-deputado federal do cargo, que acionou a justiça. Cruz sustentou que competência seria exclusiva da direção nacional do PP

O juiz da 9ª Vara Cível, Maurício Petrauski, suspendeu os efeitos da decisão da cúpula do Partido Progressista, que destituiu o ex-deputado federal Antônio Cruz do cargo da presidência do diretório estadual. A liminar foi concedida em ação proposta pelo parlamentar, que pedia a anulação das mudanças no comando do PP.

No dia 5 de janeiro, em reunião extraordinária de cúpula do PP, Cruz foi destituído do cargo e em seu lugar assumiu interinamente o vice Luiz Pedro Guimarães. Havia previsão de eleição para nova diretoria em maio deste ano.

O advogado de defesa do ex-deputado federal sustentou que o ato promovido pelas lideranças do PP violava o estatuto partidário. Além disso, a competência para intervir no diretório estadual seria exclusiva da direção nacional.

A tentativa de defenestrar Cruz do comando progressista teria a ver com rumores de que ele usou recursos de campanha sem repartir como deveria entre os demais candidatos, nas últimas eleições. “Ele usou para a campanha dele e para o filho todo o recurso de campanha, não dividiu. Ficaram dez candidatos sem nenhum tipo de cobertura, esse comportamento fez o partido perder um deputado federal e deixar de fazer dois estaduais”, disse Luiz Pedro Guimarães.

Outro motivo alegado seria a falta de espaço para a ascensão de novas lideranças, como evidenciou o vereador de Campo Grande, Lídio Lopes: “Precisamos crescer e nada tem sido feito, tanto aqui em Campo Grande quanto no Estado. Membros do partido que devem disputar as próximas eleições têm reclamado da falta de mobilização, por isso decidimos destituí-lo”, afirmou.