Ipea: obras em 5 aeroportos da Copa estão em licitação

As obras de ampliação dos terminais de passageiros de cinco dos 13 aeroportos das cidades brasileiras que vão sediar a Copa de 2014 ainda estão em fase de licitação. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), concluído há duas semanas, os aeroportos de Manaus (Amazonas) e Confins (Minas Gerais) estão em fase de […]

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As obras de ampliação dos terminais de passageiros de cinco dos 13 aeroportos das cidades brasileiras que vão sediar a Copa de 2014 ainda estão em fase de licitação. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), concluído há duas semanas, os aeroportos de Manaus (Amazonas) e Confins (Minas Gerais) estão em fase de licitação para a contratação das obras e os de Campinas (São Paulo), Porto Alegre (Rio Grande do Sul) e Curitiba (Paraná) ainda estão em fase de licitação dos projetos das obras.
“Dificilmente essas obras ficarão prontas a tempo”, afirma o coordenador do Ipea, Carlos da Silva Campos Neto, que participou hoje de uma conferência sobre aviação em São Paulo, a Aeroinvest.
O principal problema tem sido o ritmo dos investimentos sob responsabilidade da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que nos últimos oito anos conseguiu realizar apenas 44% dos investimentos previstos. “Até junho, esse índice estava ainda menor, em 11%”, diz Campos Neto, se referindo a investimentos previstos para este ano.
Diante desse cenário, o consultor Mozart Alemão Mascarenhas, especializado no setor aeroportuário, acredita que serão cada vez mais usados os terminais provisórios, também chamados de Módulos Operacionais Provisórios (MOPs). “Não vai dar para construir metade das obras definitivas previstas até 2014”, afirma.
O professor Jorge Eduardo Leal Medeiros, da Universidade de São Paulo (USP), ressaltou que os MOPs são mais utilizados para atender os passageiros durante o processo de embarque, não para desembarque. “Não conheço casos bem sucedidos de uso de terminais provisórios para desembarques em nenhum lugar do mundo. E nós também temos sérios problemas nas áreas de desembarque dos aeroportos brasileiros.”
Investimentos
Se a Infraero continuar realizando os investimentos brasileiros no ritmo atual, até a Copa de 2014 terão sido realizados menos da metade dos investimentos previstos, avalia Campos Neto, do Ipea. “Nos últimos oito anos, a Infraero realizou apenas 44% dos investimentos previstos. Em 2011, esse porcentual é ainda menor. Nesse ritmo, entre 2011 e 2014, a Infraero terá investido apenas R$ 2,3 bilhões dos R$ 5,2 bilhões previstos”, disse durante a Aeroinvest.
Segundo o coordenador do Ipea, de acordo com dados divulgados em agosto pela Infraero, houve um aumento na capacidade de alguns terminais de aeroportos brasileiros, como por exemplo em Confins, em Belo Horizonte, onde a capacidade teria sido ampliada em 104% desde fevereiro. “Há outros aeroportos onde segundo a Infraero houve aumento de capacidade de mais de 150%. Mas não entendemos como isso aconteceu. Estamos tentando uma reunião com a Infraero para entender isso”, afirmou o pesquisador do Ipea.
Campos Neto disse que, mesmo considerando os dados atuais da Infraero e que todos os investimentos previstos sejam realizados até 2014, três aeroportos continuariam enfrentando problemas de capacidade durante a Copa: os de Fortaleza, Natal e Recife. Isso devido ao aumento da demanda até lá. “Se considerarmos os dados de fevereiro da Anac, dez dos 13 aeroportos da Copa continuariam com problemas em 2014”, afirmou. 

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