IPCA-15 sobe menos em maio, mas taxa em 12 meses supera meta

A inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou em maio um pouco mais que o esperado, em razão de uma menor alta de alimentos e transportes, mas ainda assim a taxa em 12 meses superou o teto da meta perseguido pelo governo no ano. O indicador subiu 0,70 por cento em […]

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A inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou em maio um pouco mais que o esperado, em razão de uma menor alta de alimentos e transportes, mas ainda assim a taxa em 12 meses superou o teto da meta perseguido pelo governo no ano.

O indicador subiu 0,70 por cento em maio, após 0,77 por cento em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Analistas consultados pela Reuters previam alta de 0,75 por cento, de acordo com a mediana de 18 respostas que variaram de 0,65 a 0,85 por cento.

Os custos do grupo Alimentação e bebidas subiram 0,54 por cento em maio, depois de terem avançado 0,79 por cento em abril. Os de Transporte desaceleraram a alta de 1,45 para 0,93 por cento.

“O menor ritmo de crescimento nos preços do grupo dos alimentos se deveu aos produtos in natura e por aqueles consumidos fora do domicílio”, afirmou o IBGE em nota.

Tiveram queda de preço tomate, frutas e hortaliças. Outros produtos ainda continuaram em alta, impedindo um arrefecimento maior do grupo, como batata-inglesa e feijão carioca.

Nos transportes, a desaceleração veio do preço do litro do etanol, que teve variação positiva de apenas 0,01 por cento em maio, após salto de 16,40 por cento em abril. A gasolina ainda manteve-se em alta, acelerando a variação para 5,30 por cento neste mês, frente a 4,28 por cento na leitura anterior.

Os preços administrados em geral pesaram sobre a inflação em maio. Aumentaram os custos de energia elétrica, tarifa de água e esgoto e aluguel. Assim, os preços do grupo Habitação avançaram 0,93 por cento em maio, ante 0,72 por cento em abril.

Outra presão veio de salários de empregados domésticos, com alta de 1,14 por cento agora, comparado a 0,54 por cento antes.

META ROMPIDA

O IBGE acrescentou que em 12 meses até maio o indicador subiu 6,51 por cento, ante 6,44 por cento em abril.

O número ultrapassa o teto da meta perseguida pelo governo no ano, que tem centro em 4,5 por cento e tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

O IPCA de abril já havia rompido o teto, apresentando alta em 12 meses de também 6,51 por cento.

O IPCA-15 e o IPCA têm metodologias similares mas, enquanto o primeiro mede o período de 30 dias encerrados em meados do mês, o segundo apura o mês calendário.

Analistas e o Banco Central preevem uma desaceleração da inflação à frente, o que contribuirá para que a taxa volte ao intervalo da meta. No entanto, o patamar previsto ainda é bastante elevado, fazendo com que o mercado espere a continuidade dos aumentos do juro básico.

Alguns economistas, entretanto, não descartam totalmente o descumprimento da meta, caso haja alguma surpresa para cima nos próximos meses. A última vez em que isso ocorreu foi em 2002. Em 2003 e 2004 a meta teve que ser ajustada para cima para evitar novos rompimentos.

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