Hugo Chávez critica Europa e EUA por bombardeios a Trípoli
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, criticou neste domingo os governos da Europa e dos Estados Unidos que “estão demolindo Trípoli com suas bombas”, em um discurso proferido durante uma missa no palácio presidencial de Caracas. “Hoje (domingo) estávamos vendo imagens de como os governos democráticos da Europa, nem todos, e o governo supostamente democrata e […]
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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, criticou neste domingo os governos da Europa e dos Estados Unidos que “estão demolindo Trípoli com suas bombas”, em um discurso proferido durante uma missa no palácio presidencial de Caracas.
“Hoje (domingo) estávamos vendo imagens de como os governos democráticos da Europa, nem todos, e o governo supostamente democrata e democrático dos Estados Unidos estão demolindo Trípoli com suas bombas, porque estão com vontade”, declarou Chávez, aliado do líder líbio Muammar Kadafi.
As bombas “estão caindo de maneira descarada e aberta sobre escolas, hospitais, casas, centros de trabalho, campos agrícolas. Peçamos a Deus pelo povo líbio”, acrescentou o mandatário venezuelano. Chávez, que desde o início das revoltas na Líbia, em fevereiro, tem manifestado seu apoio ao regime de Kadafi, afirmou que as forças estrangeiras “estão realizando um massacre lá” com o pretexto de salvar vidas.
“Observem o descaramento, o cinismo. É o pretexto para interferir e tomar um país e suas riquezas”, insistiu Chávez, referindo-se às reservas de petróleo do país africano. Venezuela e Líbia são sócios na Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Segundo o governo, o líder está preparado para negociar diretamente com os rebeldes que invadiram a capital, Trípoli, no sábado por um cessar-fogo. Segundo o Conselho de Transição, a pausa no conflito pode ocorrer, mas se Kadafi deixar o país. Emissoras de televisão e agências internacionais noticiam que dois filhos de Kadafi foram capturados e um terceiro se rendeu, assim como a guarda pessoal do coronel. Segundo números oficiais, mais de 1,6 mil pessoas morreram nos conflitos das últimas 24 horas.
Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.
A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.
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