Helena Chagas é nova ministra da Comunicação Social
Com discurso conciliador, a jornalista Helena Chagas assumiu hoje o cargo de ministra da Secretaria de Comunicação Social. Ao ser empossada por Franklin Martins, ministro no governo Lula, ela reafirmou declarações da presidente Dilma Rousseff de defesa da liberdade de imprensa. “É desnecessário lembrar aqui as numerosas vezes em que a presidenta Dilma demonstrou seu […]
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Com discurso conciliador, a jornalista Helena Chagas assumiu hoje o cargo de ministra da Secretaria de Comunicação Social. Ao ser empossada por Franklin Martins, ministro no governo Lula, ela reafirmou declarações da presidente Dilma Rousseff de defesa da liberdade de imprensa. “É desnecessário lembrar aqui as numerosas vezes em que a presidenta Dilma demonstrou seu profundo apreço por esse importante pilar da democracia”, disse. “Abrir mão da liberdade de imprensa é impensável também para a minha geração, que é aquela que cresceu durante o regime militar.”
Helena disse que, num governo democrático, a comunicação social deve passar sempre pela “rigorosa e intransigente” defesa da liberdade de imprensa. Ela ressaltou que, no cargo de ministra, manterá a postura de jornalista, que na avaliação dela tem a função de garantir às pessoas informações suficientes para formar sua própria opinião e ter uma postura autônoma. Helena afirmou que não esqueceu o trabalho de repórter em Brasília – coberturas em portarias, onde o almoço era “sanduíche frio” e “Coca-Cola quente”.
Ao lado de Franklin Martins, Helena contou que conheceu o poeta português Luiz de Camões, ainda criança, lendo as edições censuradas do jornal O Estado de S.Paulo, durante a ditadura militar. “Conheci cedo os efeitos nefastos da censura. Eu lia quase diariamente os grandes poetas, Camões, Os Lusíadas, nas capas do Estadão, onde meu pai trabalhava”, disse, sorrindo. Algumas pessoas na solenidade também riram. “Por ser criança, demorei para entender que a poesia estava ali para substituir matérias censuradas.”
Helena elogiou o trabalho realizado por Franklin e disse que dará continuidade a ações do ministro. Ela disse que “continuará” usando “critérios técnicos” na distribuição das verbas publicitárias. No governo Lula, houve uma pulverização na distribuição desses recursos para veículos de comunicação.
Na despedida, Franklin evitou ser o protagonista da solenidade de posse de sua sucessora. Logo no começo de seu pronunciamento, disse que não faria um discurso político, mas pessoal, pois tinha “brigado muito” nos últimos anos. Em um raro momento de desabafo, deu uma sugestão para Helena. “Você vai precisar de muita sorte, porque as feras aqui são muito simpáticas porque é um momento de posse, depois disso, sai de baixo”, disse, rindo. A plateia era formada por muitos jornalistas.
Franklin adotou um tom diplomático ao falar da relação “excepcionalmente” tensa da área de comunicação social do governo Lula com a imprensa. Ele ressaltou que Helena tem capacidade e experiência para assumir a pasta. “Ela é jeitosa. Dizem que eu sou grosso, mas não acredito nisso, não”, brincou.
O ex-ministro disse que a criação da TV Pública, uma das suas ações no governo, enfrentou “olhos mesquinhos”, “preconceitos” e “pensamentos rasos” “A TV Pública não estava na discussão da disputa política”, afirmou. Ele classificou sua experiência no governo como “um desafio extraordinário”.
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