Gil Scott-Heron, ‘padrinho do rap’, morre aos 62 anos

O músico norte-americano Gil Scott-Heron, cuja fusão de expressões políticas, versos recitados e percussão minimalista deu a ele o apelido de ‘padrinho do rap’, morreu aos 62 anos em Nova York na noite desta sexta-feira, 27 Segundo informações do jornal New York Daily News, o artista, que manteve durante anos o vício em cocaína, morreu […]

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O músico norte-americano Gil Scott-Heron, cuja fusão de expressões políticas, versos recitados e percussão minimalista deu a ele o apelido de ‘padrinho do rap’, morreu aos 62 anos em Nova York na noite desta sexta-feira, 27

Segundo informações do jornal New York Daily News, o artista, que manteve durante anos o vício em cocaína, morreu no centro St. Luke de Manhattan, onde estava internado depois da volta de uma viagem à Europa.

Scott-Heron se tornou o pioneiro da cultura hip-hop em 1971 com a música The revolution will not be televised (“A Revolução não Vai Passar na TV”), em que recorria à fala para atacar a superficialidade dos meios de comunicação de massa e sugerir que as verdadeiras histórias interessantes estavam fora do alcance midiático.

A mensagem provocativa inspirou anos depois a dezenas de artistas do rap, desde Common e Public Enemy até Kanye West, que tomou emprestado fragmentos das canções de Heron para as suas próprias.

Assim que soube da morte de Scott-Heron, o vocalista da banda Public Emeny, Chuck D, lamentou a perda na sua conta do Twitter. “Fizemos o que fizemos e como fizemos graças a você”, ecreveu o rapper, que recentemente trabalhou em um projeto com o músico.

Nascido em Chicago, Scott-Heron cresceu no Tennesse e no Bronx, onde bebeu na fonte do blues e da literatura, já que sua mãe era bibliotecária.

Ainda que afirmasse em muitas ocasiões que se considerava um pianista, era ao mesmo tempo poeta e novelista, além de um ideólogo radical negro que se inspirava no movimento para compor, no tempo, nos lugares e nas mudanças de estações.

Entre as mais de 120 canções que compões para seus discos, destaca-se o primeiro hino negro americano contra o apartheid da África do Sul, “Johannesburg” e a música sobre o alcoolismo contemporâneo, “The Bottle” (A Garrafa)

Scott-Heron foi, além disso, professor de escrita criativa, poesia e romance na Universidade Johns Hopkins e no Distrito de Columbia, ambas em Washington.

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