Garis-laranjas do caso Engecap são processados por dívidas com o INSS
Os dois garis são procurados pela Justiça Federal para pagar as dívidas de empresa que foi de engenheiro italiano, caixa de campanha de Puccinelli
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Os dois garis são procurados pela Justiça Federal para pagar as dívidas de empresa que foi de engenheiro italiano, caixa de campanha de Puccinelli
Desde que assinaram uma procuração e entregaram seus documentos pessoais a um “amigo” para conseguir emprego, e que foram parar nas mãos do engenheiro italiano Eolo Genoves Ferrari, o caixa de campanha de Puccinelli no ano 2000, os garis Marcos Vinícius de Brito e Paulo Isidoro Sobral acumulam dívidas com o INSS e, por causa disso, passaram a ter sérios problemas com a Justiça Federal.
A reportagem do Midiamax teve acesso aos processos que até hoje respondem os garis, como proprietários da construtora Engecap. Não localizados pela Justiça, eles têm em seus nomes dívidas superiores a R$ 45 mil. Os garis ainda não foram citados, mas tiveram os seus CPFs suspensos. Já o de Eolo Ferrari, responsabilizado pelo esquema, tem o CPF regular.
O caso Engecap ficou famoso em 2003, com repercussão nacional, quando o esquema tornou-se público, a partir de auditoria da Controladoria Geral da União, ratificada pelo TCU.
A Engecap recebeu recursos públicos sem licitação da prefeitura de Campo Grande, na gestão do prefeito André Puccinelli, por meio de repasse de contrato de outra empresa, a Coesa. O repasse em questão era parte da obra de canalização do córrego Bandeira, no valor R$ 3,9 milhões que, somado a outros contratos, davam à empresa valores superiores a R$ 11 milhões.
O caso Engecap vai ser julgado dia 1° de setembro, no Tribunal Regional Federal da Terceira Região, em São Paulo. Como réus, além de Eolo Ferrari, respondem o ex-prefeito, André Puccinelli, e seu ex-secretário municipal de Obras, Edson Giroto, hoje deputado federal.
O crime a ser julgado é o de improbidade administrativa que, segundo a lei, prevê “a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, com indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. No caso, a Justiça federal pede a devolução de R$ 3,9 milhões.
Empresa tinha sede desconhecida e mais de um endereço falso
No endereço da rua Barão do Melgaço n° 571, o que deveria ser a sede da construtora tratava-se de apenas uma pequena sala, e ali, à época, ninguém conhecia a Engecap.
Em outro endereço relacionado no processo, av. Capiberibe n° 179, nunca houve Engecap ou garis, segundo um funcionário da mecânica ali instalada hoje. No local funcionava uma locadora de vídeo. Em outros dois lugares que constam no processo, a mesma situação, a Justiça Federal não encontrou ninguém até hoje, nem obteve informações.
O julgamento da acusação de improbidade em nada tem a ver com o processo dos garis, que tramita na Justiça Federal de Campo Grande sem que Marcos e Paulo tenham amparo de um advogado, mesmo que público.
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