Famílias aguardam há meses para morar em conjunto habitacional que já está pronto

Em Campo Grande, as chaves de 204 apartamentos não foram entregues. Mutuários não conseguem informações precisas

Tão perto e tão distante de realizar o sonho da casa própria. É assim que muitas famílias de mutuários se sentem em relação ao Residencial Sargento Hércules, no bairro Coophasul em Campo Grande. O condomínio de 204 apartamentos foi concluído pela construtora e está pronto para entrega há vários meses, mas quem procura informações junto à Caixa não consegue obter respostas.

Os apartamentos populares foram sorteados pela Agência Estadual de Habitação (Agehab), por meio do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) da Caixa, e o governo federal investiu um total de R$ 7,7 milhões na obra. A concepção das unidades é a mesma das casas populares tradicionais: 40 metros quadrados divididos entre dois quartos, sala, cozinha e banheiro.

Uma dessas pessoas contou sua história ao Midiamax mas pediu para não ser identificado por temer que fosse prejudicado durante a aquisição da casa. Segundo ela, em maio de 2010 o banco estatal começou a chamar os contemplados para dar abertura no processo.

Em dezembro passado, vários mutuários foram novamente convocados porque o cadastro havia expirado e era preciso reapresentar documentos. Mas entre o banco e a agência de habitação, ninguém sabia responder quando o residencial seria entregue de fato.

A estranheza está na demora em repassar as chaves, já que os apartamentos estão prontos. “A gente fica desconfiado porque o cadastro de todo mundo foi aprovado. Conheço uns três que estavam em dia com a documentação mas desistiram por causa da demora”, afirma.

De acordo com o relato do mutuário, o problema vai além do atraso, já que no caso dela não está sendo possível contrair novos financiamentos por causa do processo de compra do imóvel.

Outro lado

A Caixa garantiu, por meio da assessoria de imprensa, que o Residencial Sargento Hércules será entregue ainda em fevereiro de 2011. Em relação aos atrasos, o banco explicou que foram gerados por uma benfeitoria promovida no terreno pela construtora e que não tinha obtido a liberação pelo Corpo de Bombeiros.

Outro aspecto é quanto a liberação dos contratos com os mutuários. A Caixa alega que faltam alguns processos a serem analisados pela Agehab. Já a agência diz aguardar que o banco dê encaminhamento aos pedidos para concluir esta etapa.