Esposa diz que envolvido no degolamento de mulheres foi ameaçado por mandante

Na tarde desta segunda-feira aconteceu a segunda audiência sobre o caso do assassinato de Claudia de Araújo Mugnaini e Regina Bueno França Ramos, que foram degoladas no dia 30 de novembro de 2010, em uma residência no bairro Tijuca, em Campo Grande. Há exatos seis meses, as duas foram degoladas pelo réu confesso Christian Rampagne […]

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Na tarde desta segunda-feira aconteceu a segunda audiência sobre o caso do assassinato de Claudia de Araújo Mugnaini e Regina Bueno França Ramos, que foram degoladas no dia 30 de novembro de 2010, em uma residência no bairro Tijuca, em Campo Grande. Há exatos seis meses, as duas foram degoladas pelo réu confesso Christian Rampagne Castedo, que é irmão de Eder Rampagne Castedo, o Corumbá – apontado como o mandante da execução.

Nesta segunda audiência foram ouvidas testemunhas referenciais, ou seja, pessoas que depuseram em favor dos réus Eder e Christian Castedo, Lorraine Rorys Silva e Weber de Souza Barreto. A próxima audiência está marcada para o dia 20 de junho, às 8h30, na 2ª Vara, no Fórum de Campo Grande.

Neste dia, mais quatro testemunhas, entre elas um perito, e os acusados, serão ouvidos.

Embora considerada uma audiência “morna” por ser de defesa, um dos testemunhos chamou a atenção. A esposa de Weber Souza, o Webinho, Taís Vieira Camargo disse que seu marido estava sendo extorquido por Eder (Corumbá) dias antes do crime quando o acusado ainda estava em liberdade por quebra de colônia. Além disso, ela revela que Corumbá estava ameaçando seu marido de morte, mas os motivos só foram descobertos depois dos assassinatos e a fuga do casal para Goiás.

Taís disse que o marido sempre teve bons ganhos como técnico de refrigeração, mas há algum tempo vinha enfrentando dificuldades financeiras, inclusive os pais do casal precisaram até comprar alimentos para eles.

A mulher ainda revelou que constantemente Eder ligava para Webinho, mas o marido não revelou o teor das conversas, apenas ouvia calado.

O endividamento aparentemente sem motivos foi confirmado pelo irmão de Taís, Diego Vieira, que chegou a trabalhar com o cunhado. Ele negou saber do contato entre Weber e Corumbá, apenas que o carro do cunhado foi emprestado duas vezes para Castedo.

A esposa de Webinho disse que certo dia seu marido recebeu um telefonema. Desconfiada que fosse um caso extraconjugal resolveu entrar escondida no carro dele para tentar flagrar o adultério.

No caminho, detalha, Webinho recebeu uma ligação de Corumbá que exigiu que ele o levasse em um local. Em determinado ponto, Taís levantou do banco traseiro e começou a discutir com o marido, que logo chegou ao local combinado de encontrar Éder.

“Quando ele entrou no carro, fez uma cara de espanto. Quando eu e meu marido voltamos pra casa o Corumbá ligou querendo saber porque eu estava no carro. Se era uma armação nossa e fez ameaças de morte”.

Dias depois, relata Taís, Eder foi preso por quebra de colônia. Depois disso seu marido passou a receber insistentes ligações dele.

Segundo ela, a ordem era para que Webinho dissesse para Christian Rampagne onde Claudia e Regina moravam. A justificativa era que queria “dar um susto nelas”. “Meu marido se recusava, mas naquele dia ele levou e ainda foi obrigado e ver o assassinato das duas”, diz.

Depois do crime, ainda desconhecido pela família de Taís, Webinho teria dito ao sogro Sandro que ele e a esposa estavam sendo ameaçados por integrantes do PCC.

Daí a fuga para Goiás, inclusive levados por Sandro, que afirma desconhecer até então a participação do genro no caso. “Fiquei sabendo pela imprensa sobre o crime, mas nem imaginava que ele tinha alguma coisa com isto, até policiais me falarem”, sustenta.

Webinho foi preso por policiais do 6º DP e trazido para Campo Grande. A reconstituição do crime foi marcada por contradições, já que Éder negou ser o mandante e Christian disse que Weber participou no degolamento das vítimas.

O crime

Claudia e Regina foram encontradas mortas no dia 1º de dezembro deste ano, em uma residência localizada no bairo Tijuca I, de propriedade de Claudia.

As duas estavam com as mãos amarradas e com cortes profundos no pescoços. Segundo o que foi apurado, as duas foram dominadas, asfixiadas e depois degoladas. Cristian Rampagne foi quem executou Regina, a mulher que seu irmão, Corumbá, desconfiava ser informante da polícia o teria “dedurado” sobre a quebra de colônia.

Lorraine foi presa porque roupas de Corumbá foram encontradas em sua casa. Além disso, pode ter ajudado na facilitação do crime. 

A mulher dele afirma que as vestimentas e sapatos foram parar lá porque a esteticista foi em sua casa e revelou que tinha um relacionamento extraconjugal com ele.

“Eu então fiz mochilas com a roupa dele, entreguei pra ela e mandei fazer bom proveito, já que ela fazia escândalo e dizia que iria plantar uma droga na minha casa se eu insistisse em ficar com ele”, disse na tarde desta segunda, Janaína que agora voltou a ter um relacionamento matrimonial com Corumbá.

 

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