Especial: Industrialização cresce em MS, mas mantém características no agronegócio

Mesmo quando não é a produção primária (boi e grão) que movimenta a economia do estado, ela se transforma na agroindústria

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Mesmo quando não é a produção primária (boi e grão) que movimenta a economia do estado, ela se transforma na agroindústria

Mato Grosso do Sul nasceu com a economia baseada na pecuária e agricultura, e, até hoje, o setor continua sendo o pilar da economia do estado.  Para o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, não há dúvidas que o Mato Grosso do Sul é agro.

Ele lembra que, mesmo quando não é a produção primária (boi e grão) que movimenta o estado, a economia se transforma na agroindústria. “Nossa economia, mesmo no setor industrial é baseada no agronegócio. Tirando serviços, turismo e comércio, tudo é agro”, afirma.

Maia cita as indústrias de celulose e sucroenergéticas que vem se instalando no estado e mudando a cara do agronegócio. “Se planta para o consumo das indústrias. Com isso, o estado se transforma, e a médio prazo, acredito que seremos um grande produtor de cana e eucalipto”.

Dados levantados pelo Radar Industrial da Fiems apontam que o setor industrial saltou de 7.615 indústrias com 90.888 trabalhadores em 2007 para 9.520 empresas e 113.398 industriários em 2010.
 
Os segmentos do setor industrial no estado que mais cresceram nos últimos 5 anos são: indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico (1º), construção civil (2º), indústria têxtil, do vestuário e artefatos de tecidos (3º), indústria metalúrgica (4º), indústria mecânica (5º), indústria de papel, papelão, celulose e gráfica (6º), extrativa mineral (7º), indústria de produtos minerais não-metálicos (8º), indústria de calçados (9º) e indústria do material de transporte (10º).
Atualmente, o estado tem força tanto na indústria como no campo. As indústrias sucroalcooleiras dependem da cana de açúcar para se desenvolver, assim como a de celulose das florestas plantadas. E essa alteração da economia tem provocado mudanças no campo.

Chico Maia aponta a mudança de comportamento do homem do campo, que hoje opta pelo consórcio das terras, isto é, trabalha a pecuária e a agricultura ao mesmo tempo. Trazendo maior produtividade e melhor uso das terras. Segundo ele, isso é muito bom porque se expande a utilização da terra e o mercado.

Segundo dados da Fiems, o setor da agropecuária representa 15,8% do PIB do estado, enquanto a indústria representa 16,7% e o setor de serviços 67,5%.

PIB industrial

Em 2007 o PIB Industrial chegou a quase R$ 3,9 bilhões e, em 2008, último ano divulgado pelo Governo Federal, o PIB Industrial chegou a R$ 4,9 bilhões (23,2% de aumento).
Em 2009, segundo projeções do Radar Industrial da Fiems, o PIB Industrial teria chegado a R$ 5,3 bilhões, ou seja, crescimento de 8,4%, sendo que para 2010 a expectativa é que ele feche na casa de R$ 5,8 bilhões, o que representaria uma elevação de 9,8%.

Para 2011, ainda conforme projeção do Radar da Fiems, o PIB Industrial deve chegar a R$ 6,4 bilhões, aumento de 10,8%, enquanto para 2012 a previsão é de que o PIB Industrial alcance R$ 7,3 bilhões, o que representará alta de 13%.

Crescimento do Agronegócio

Levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo o agronegócio acumulava taxa de crescimento de 2,94% até julho deste ano.

Já a agropecuária, o crescimento superava 1,41% em julho, acumulando aumento de 5,26% no ano. “Estes números são resultado de uma soma de fatores positivos: safra recorde de grãos, produção recorde de carnes e bons preços internos, estimulados pela demanda interna e bons preços internacionais”, justifica Ricardo Cotta Ferreira, superintendente técnico da CNA.

Os resultados do PIB da pecuária, com dados de julho, mostram que o segmento vai bem dentro e fora da porteira. A indústria de abate de animais cresceu 4,99% em julho, acumulando 6,89% no ano, enquanto a indústria de laticínios acelerou seu processo de crescimento, registrando 0,87% em julho.

Rebanho bovino

O rebanho bovino de Mato Grosso, hoje o maior do país, deverá crescer 18% nos próximos dez anos. O número de cabeças, de acordo com o IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), deverá passar dos atuais 28,7 milhões para 33,9 milhões. A estimativa está no anuário da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de MT).

Exportação de carnes

O Brasil mantém a liderança nas exportações mundiais de carne de frango e bovina. É o segundo maior produtor mundial de carne bovina, perdendo, apenas, para os Estados Unidos. É o terceiro maior produtor de carne de frango, antecedido por EUA e China e o quarto maior produtor de carne suína. Deverá manter essas posições em 2012, embora a competição seja acirrada no mercado internacional.

A comercialização de proteína animal brasileira deverá fechar o ano de 2011 com receita da ordem de 14 bilhões de dólares. No mercado interno disponibiliza, aproximadamente, 18,8 milhões de toneladas de carnes, com um consumo aparente de 96,9 quilos por habitante/ano.

É notória a importância deste setor produtivo para a Balança Comercial Brasileira e para os produtores de insumos, prioritariamente, milho e farelo de soja, principais componentes de ração animal.

Brics

No Brics, o Brasil ocupa a função de país exportador agropecuário com base na produção de soja e de carne bovina, além de cana-de-açúcar, combustíveis renováveis e ambientalmente sustentáveis – como o álcool e o biodiesel.

De janeiro a agosto deste ano, 14,27% (US$ 20,948 bilhões) das importações brasileiras vieram da China, país que está em segundo lugar no percentual importado pelo Brasil, perdendo apenas para os Estados Unidos (14,84%).

No ranking de exportações brasileiras, a China lidera, sendo o destino de 17,43% (US$ 29,050 bilhões) das vendas do Brasil ao exterior. Com isso, chineses e brasileiros dispõem da chamada parceria preferencial.

Pelas estimativas de especialistas, a China deve ser, em 2050, a maior economia mundial, ocupando hoje a posição de parceria principal de vários países, só na América do Sul é o primeiro do Brasil e do Chile, por exemplo.

MS no País

Considerado pequeno, Mato Grosso do Sul contribuiu, em 2008, com 1,1% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. No âmbito regional, sua participação foi de 11,9%, sendo a menor entre as unidades federativas do Centro-Oeste. Entretanto, o estado vem apresentando o maior crescimento econômico da região.
 
(Com informações do site da Famasul)

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