Entidade quer pressa na transferência de militar que teria plano para matar juízes em Mato Grosso do Sul

Presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Gabriel Wedy (foto), quer antecipar audiência com ministro da Justiça

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Presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Gabriel Wedy (foto), quer antecipar audiência com ministro da Justiça

O suposto plano que previa o assassinato de juízes federais em Mato Grosso do Sul, conduzido por um soldado do Corpo de Bombeiros, detido ano passado por tráfico de drogas, pôs em alerta a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil).

O presidente da entidade, Gariel Wedy, segundo sua assessoria de imprensa, pediu a antecipação das audiências marcadas com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e com o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, para que sejam tomadas medidas urgentes com relação ao plano de morte dos magistrados federais, descoberto na quarta-feira passada.

O MPF (Ministério Público Federal) em MS, assim que soube da suposta trama, solicitou a transferência do militar para um presídio federal “preferencialmente” fora daqui do Estado.

O ameaçador em questão seria o soldado do Corpo de Bombeiros de Ponta Porã, Ales Marques, 50 anos, 22 dos quais na corporação, que está detido no Presídio Militar de Campo Grande desde julho do ano passado.

O militar seria líder de uma quadrilha de traficantes internacionais de droga e teria prometido matar os juízes que determinaram sua prisão.

Entre os possíveis alvos do bombeiro está uma juíza de Ponta Porã.

“A Ajufe reclama uma ação contundente e imediata das autoridades para que seja resguardada a integridade destes magistrados ameaçados, que combatem, diariamente, mediante suas decisões, o crime organizado e o tráfico internacional de entorpecentes. Como digo sempre, o juiz deve ter tranquilidade para exercer suas funções, sem temer reações às suas decisões quando contraria interesses de poderosos ou facções criminosas. Ele precisa de respaldo do Estado, tem de ser considerado como membro de Poder. É necessário resgatar esse conceito em benefício da sociedade. No dia em que o juiz tiver medo, o Estado democrático de Direito correrá riscos”, disse Gabriel Wedy.

O preso

De acordo com o MPF/MS, o militar, que foi preso em sua casa, em Ponta Porã, com droga e dinheiro, estaria recebendo um tratamento privilegiado no presídio. Lá, segundo o órgão, o encarcerado estaria usando telefones celulares “livremente”.

Outro fato “estarrecedor”, segundo informado pela assessoria de imprensa do MPF/MS, tem a ver com a notícia revelando que o bombeiro teria deixado o presídio no dia 14 de janeiro deste ano, em uma viatura da Polícia Militar, junto com um capitão e mais dois policiais militares, para uma “diligência” a uma chácara de Campo Grande, de posse alheia.

Ales Marques – sem algemas ou qualquer identificação da sua condição -, informou a assessoria e os policiais ingressaram no imóvel, contra a vontade do ocupante e sem mandado judicial, onde passaram a fazer buscas, sem especificar o que procuravam. 


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