Dor e emoção marcam homenagem às vítimas da tragédia de Realengo

Muita dor e emoção marcaram a passeata em homenagem às 12 vítmas da tragédia da Escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio. Cerca de cem pessoas, segundo policiais do 14º BPM (Bangu), participaram de uma passeata pedindo paz e segurança nas escolas, pelas ruas do bairro. Com balões, camisetas e […]

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Muita dor e emoção marcaram a passeata em homenagem às 12 vítmas da tragédia da Escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio. Cerca de cem pessoas, segundo policiais do 14º BPM (Bangu), participaram de uma passeata pedindo paz e segurança nas escolas, pelas ruas do bairro.

Com balões, camisetas e cartazes com fotos e nome das vítimas, parentes e amigos seguiram em silêncio ou chorando lembrando os momentos de terror vividos há um mês na escola.

Acompanhando um carro de som, eles cantavam músicas de Roberto Carlos e cânticos religiosos. Na porta de outra escola municipal do bairro, Escola Stella Guerra Duval, eles pararam e fizeram um minuto de silênciao, antes de retornar à Tasso da Silveira.

” Ainda dói muito. Ainda não consigo acreditar que não tenho mais minha filha para abraçar. Mas é de homenagens assim que faremos todos os meses é que vamos tirar forças para continuar vivendo”, disse aos prantos Noeli Rocha, mãe da meinina Mariana Rocha, morta na tragédia.

Durante a passeata, a menina Maria Júlia, de 7 anos, prima da estudante Luíza Paula, morta na tragédia, distribuiu dezenas de rosas às pessoas na rua, no caminho da manifestação e na entrega dizia: “Isso é em nome dos 12 anjos de Realengo”.

A mãe de Luíza Paula, Adriana Maria Silveira, teve de ser amparada por parentes. Muito emocionada, ela disse que ainda não tinha condições de avaliar sua perda.

“Está muito difícil, mas enfim preciso juntar forças. Infelizmente minha filha de ver que ir, estou lutando para continuar vivendo, mas está muito difícil”, disse Adriana, acrescentando que o marido, André, sofreu um ataque cardíaco na semana passada e está internado no CTI.

Além de parentes e amigos, também participaram da manifestação, o coordenador da ONG Gabriela Sou da Paz, Carlos Santiago, o advogado João Tancredo, do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos, e o juiz trabalhista Marcelo Alexandrino da Costa Santos, baleado por policiais no ano passado na Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá.

“Vim prestar minha solidariedade e contar a essas pessoas um pouco da minha experiência. Também passei por um episódio de violência extrema e sei dos estragos psicológicos que isso causa. Meu filho, por exemplo, passou a ter um baixo rendimento escolar, desde o ocorrido. Não adianta dar bronca ou castigar. É preciso entender e tentar ajudar a superar todo o trauma”, disse o juiz.

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