Depois de cancelar presença na posse de Dilma, Morales tenta contornar crise na Bolívia
Depois de cancelar ontem (1º) a viagem ao Brasil para participar da cerimônia de posse da presidenta Dilma Rousseff, o presidente da Bolívia, Evo Morales, tentou contornar a crise social e política no país. Nos últimos dias, houve vários protestos contra o aumento dos preços dos combustíveis e a escalada causada pelo reajuste. Morales revogou […]
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Depois de cancelar ontem (1º) a viagem ao Brasil para participar da cerimônia de posse da presidenta Dilma Rousseff, o presidente da Bolívia, Evo Morales, tentou contornar a crise social e política no país. Nos últimos dias, houve vários protestos contra o aumento dos preços dos combustíveis e a escalada causada pelo reajuste. Morales revogou o decreto que reajustava os valores dos combustíveis em até 83%.
Em entrevista coletiva, Morales reconheceu que o eventual reajuste dos preços dos combustíveis pode levar ao aumento de gastos na vida das famílias pobres da Bolívia. Segundo ele, o objetivo do reajuste é fazer com que os preços cobrados na Bolívia sejam o equivalente ao que se cobra nos países vizinhos, como o Brasil.
Os dados são da imprensa oficial da Bolívia, a Agência Boliviana de Imprensa (ABI). Segundo Morales, as “pessoas não estavam preparadas” para o que chamou de “nivelamento de preços” resultante do reajuste dos valores cobrados pelos combustíveis. “O povo me ouviu, me ensinou e saúda a decisão que tomei em defesa das famílias mais pobres”, afirmou o presidente.
Morales, porém, indicou que não pretende desistir da ideia. “Todo mundo sabe que o nivelamento é necessário para aplicar os recursos na Bolívia. O subsídio do combustível pode muito bem ser usado na implementação de programas de desenvolvimento social global, incluindo a educação, a construção de hospitais e estradas”, disse ele.
Segundo Morales, uma comissão especial vai analisar a questão dos preços dos combustíveis para que depois o assunto seja analisado. Ele afirmou que vai adotar medidas que evitem problemas com as organizações sindicais. O presidente lembrou que a Tesouraria Geral da Nação (TGN) tem recursos oriundos dos subsídios dos combustíveis para, no máximo, dez anos.
Nos últimos dias, houve manifestações violentas nas cidades de Santa Cruz, Sucre, La Paz, El Alto e Cochabamba. Os protestos foram organizados por lideranças de movimentos sociais e também de alguns sindicatos.
Morales informou, por meio da assessoria, no começo da tarde de ontem (1º), que não participaria das cerimônias de posse de Dilma.
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