Conferência Estadual da Mulher discute autonomia feminina e violência sexual
Cerca de 400 mulheres representando 28 municípios do Estado se reuniram hoje (22) no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo em Campo Grande participando da III Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres. O evento tem a realização do governo do Estado, por meio da Subsecretaria da Mulher e da Promoção da Cidadania e […]
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Cerca de 400 mulheres representando 28 municípios do Estado se reuniram hoje (22) no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo em Campo Grande participando da III Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres. O evento tem a realização do governo do Estado, por meio da Subsecretaria da Mulher e da Promoção da Cidadania e a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Mulher.
Na solenidade de abertura, a subsecretária Carla Stephanini falou da importância da conferência e principalmente da participação feminina. “Este é o momento do avanço e da consolidação das políticas públicas, na perspectiva de criarmos o II Plano Nacional. Além de ter a base para a criação do Plano Estadual de Políticas para as Mulheres”, explicou a subsecretária da Mulher e da Promoção da Cidadania.
Na ocasião, Carla lançou um novo desafio que é a criação do Ministério da Mulher. “A nossa grande conquista este ano foi a criação da subsecretaria da mulher e da cidadania em Mato Grosso do Sul, agora o próximo passo é criarmos o Ministério da Mulher e desta forma abranger cada vez mais a luta por uma política pública que retrate as nossas necessidades”, argumentou.
Nesta amanhã foi realizada também a palestra magna com o tema “O fortalecimento da autonomia econômica, social, cultural e política das mulheres como contribuição para a erradicação da extrema pobreza”, apresentada pela Subsecretária de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Aparecida Gonçalves. A exposição abordou temas relacionados à autonomia feminina em todos os âmbitos e à violência sexual de que as mulheres são vítimas.
“A mulher precisa ter autonomia econômica, social, cultural e política. E quando eu falo em autonomia me refiro a capacidade do querer para a própria vida. Atualmente, 37% dos chefes de família são mulheres”, explicou Aparecida Gonçalves.
Segundo dados da delegacia da Mulher da Capital, só este ano já foram registrados cerca de cinco mil ocorrências de crimes contra as mulheres. “Os homicídios cometidos contra as mulheres têm cada vez mais vestígios de ódio. Esta é uma forma mais ampla de preconceito e discriminação”, comentou a subsecretária de políticas para as mulheres de Brasília.
Outro assunto destacado no evento é o papel da mídia na luta pelo direito das mulheres. Vários exemplos de propagandas que desacatam a integridade feminina foram lembrados e na ocasião foi feita uma reflexão em relação ao olhar que a mídia tem sobre o público feminino. “Estamos ha décadas lutando para que possamos ter prioridade do nosso corpo, não vamos permitir que propagandas, filmes, programas e novelas retrocedam esta luta”, enfatizou a subsecretária de Brasília.
Na parte da tarde, a Conferência seguiu com os trabalhos em grupo para definir as propostas prioritárias que serão apresentadas na Conferência Nacional que acontecerá em dezembro. Ao todo serão encaminhadas 20 propostas votadas pelas delegadas da III Conferência Estadual, sendo cinco de cada eixo, organizados a partir da matriz de políticas para as mulheres proposta.
E para encerrar a programação do evento serão eleitas 51 delegadas que representarão o Estado na Conferência Nacional, sendo que cinco são representantes indicadas pelo Estado, 15 representantes indicadas pelos municípios e 31 indicadas pela sociedade civil.
A participação de Mato Grosso do Sul na Conferência Nacional é mais uma conquista das mulheres na luta pelos seus direitos. “Esta é uma forma de mostrar que o Estado está, mais uma vez, inserido num espaço amplo de participação política a fim de solidificar a perspectiva de construção da igualdade a partir da promoção e do real fortalecimento da autonomia de todas as mulheres” , finaliza a subsecretária.
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