Com mais três assinaturas, falta uma para sair CPI dos Transportes
Mesmo após o senador e ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM), fazer uma defesa pública de sua gestão no governo Dilma Rousseff e rejeitar as acusações de irregularidades, a oposição conseguiu angariar mais três assinaturas para a criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Transportes, segundo informou nesta terça-feira (2) o líder do PSDB […]
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Mesmo após o senador e ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM), fazer uma defesa pública de sua gestão no governo Dilma Rousseff e rejeitar as acusações de irregularidades, a oposição conseguiu angariar mais três assinaturas para a criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Transportes, segundo informou nesta terça-feira (2) o líder do PSDB na Casa, Alvaro Dias (PSDB-PR). Com 26 assinaturas de apoio recolhidas, o grupo de trabalho está a uma subscrição de ser instalado.
Ao todo, já defenderam oficialmente a instalação da CPI dos Transportes dez senadores do PSDB, quatro do DEM, dois do Psol, além dos senadores Jarbas Vasconcelos, Pedro Simon, Ricardo Ferraço e Roberto Requião, pelo PMDB, Ana Amélia Lemos (PP-RS), Sergio Petecão (PMN-AC), Pedro Taques (PDT-MT), Kátia Abreu (sem partido-TO), Zezé Perrella (PDT-MG) e João Durval (PDT-BA).
Ainda que tenha defendido que o Ministério Público promova uma ampla investigação contra ele, Alfredo Nascimento se recusou hoje a também apoiar a possível CPI dos Transportes.
“Estou aqui como senador e sou da base do governo. Pode parecer raiva eu me aproveitar de uma situação e pedir aqui uma CPI. Quero uma CPI contra mim. A minha investigação que eu quero que faça é contra mim”, disse.
A crise no Ministério dos Transportes
Uma reportagem da revista Veja do início de julho afirmou que integrantes do Partido da República haviam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras dentro do Ministério dos Transportes. O negócio renderia à sigla até 5% do valor dos contratos firmados pelo ministério sob a gestão da Valec (estatal do setor ferroviário) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
O esquema seria comandado pelo secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto. Mesmo sem cargo na estrutura federal, ele lideraria reuniões com empreiteiros e consultorias que participavam de licitações do governo no ramo.
O PR emitiu nota negando a participação no suposto esquema e prometendo ingressar com uma medida judicial contra a revista. Nascimento, que também negou as denúncias de conivência com as irregularidades, abriu uma sindicância interna no ministério e pediu que a Controladoria-Geral da República (CGU) fizesse uma auditoria nos contratos em questão. Assim, a CGU iniciou “um trabalho de análise aprofundada e específica em todas as licitações, contratos e execução de obras que deram origem às denúncias”.
Apesar do apoio inicial da presidente Dilma Rousseff, que lhe garantiu o cargo desde que ele desse explicações, a pressão sobre Nascimento aumentou após novas denúncias: o Ministério Público investigava o crescimento patrimonial de 86.500% em seis anos de um filho do ministro. Diante de mais acusações e da ameaça de instalação de uma CPI, o ministro não resistiu e encaminhou, no dia 6 de julho, seu pedido de demissão à presidente. Em seu lugar, assumiu Paulo Sérgio Passos, que era secretário-executivo da pasta e havia sido ministro interino em 2010.
Além de Nascimento, outros integrantes da pasta foram afastados ou demitidos, entre eles o diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, o diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, Hideraldo Caron – único indicado pelo PT na direção do órgão -, o diretor-executivo do Dnit, José Henrique Sadok de Sá, o diretor-presidente da Valec, José Francisco das Neves, e assessores de Nascimento.
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