Com greve de agentes, população redobra atenção com a dengue e reclama de imóveis abandonados
No Coophavilla II, há exemplos de pessoas que contribuem para que a doença que matou 22 pessoas no ano passado não se propague, porém o local também abriga casas que se tornam um perigo para a população
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No Coophavilla II, há exemplos de pessoas que contribuem para que a doença que matou 22 pessoas no ano passado não se propague, porém o local também abriga casas que se tornam um perigo para a população
Com a greve dos agentes de saúde do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e a vinda do período de chuvas, a dengue; doença que matou 22 pessoas no ano passado, torna-se um risco ainda maior para as pessoas. Em Campo Grande, é possível ver tanto pessoas que estão preocupadas com a doença como aquelas que continuam com os velhos hábitos que ajudam na propagação do aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.
No bairro Coophavilla II, localizado na saída para Sidrolândia, é possível ver essa mistura de hábitos constratantes. Um dos exemplos de pessoas que se preocupam com a doença é a dona de casa Brites Barcellos, de 53 anos, que afirma que limpa o seu quintal todo dia. Porém, bem próximo dela, duas casas aparentemente abandonadas há 8 anos têm tirado o sono da vizinhança. Segundo dona Brites, seu marido Armende Marques, de 63 anos, contraiu dengue por causa dos quintais sujos que ficam ao lado da sua residência.
“Limpo todo o quintal. Faço a minha parte, mas o meu vizinho não colabora, lá tem um monte de bicho morto, um mau cheiro horrível, parece que tem gente morta. A casa está abandonada, toda suja. Já até paguei para limpar a frente da casa, mas os dois portões estão fechados. Há mais de seis meses que um agente de saúde não consegue entrar para verificar”.
Nas varandas das duas casas abandonadas é possível ver a sujeira. Os locais estão tomados por mato, lixo e móveis velhos. Nas residências que, aparentemente, estão abandonadas chegam as correspondências do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) em nome da mesma mulher, porém, assim como os imóveis, elas ficam abandonadas.
“São várias correspondências que chegam no nome da dona. Mas a proprietária faleceu e um filho dela vem até aqui somente para olhar e vai embora. Vários vizinhos já pediram para ele tomar providências e limpar, mas até agora nada. Estamos preocupados com a nossa saúde”, comenta Brites.
Os dois quintais sujos também incomodam a idosa Iria Lopes, de 73 anos. “Ninguém entra nesse terreno. Imagina agora que os agentes de saúde estão em greve. É uma tristeza morar de frente com essa sujeira. A dengue é preocupante. Fico limpando o meu quintal, faço tudo o que pedem, mas não adianta, tem dias que o cheiro e a sujeira são insuportáveis”.
Um outro vizinho Alberto de Jesus, de 51 anos, disse que já até se acostumou com a situação. Com a greve dos agentes de saúde, Alberto também redobrou a atenção com a doença e sua preocupação com os quintais sujos.
“Há três anos atrás, o filho da proprietária deixava a chave na minha responsabilidade para a equipe da saúde entrar e limpar o terreno. Mas ele decidiu levar a chave, agora está nessa situação. É perigoso, os usuários de drogas já tentaram entrar para fazer bagunça .
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