Brics defendem que disputa pelo comando do FMI inclua não europeus
A sucessão no cargo de diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), gerada pela renúncia de Dominique Strauss-Kahn, provoca reações entre os países emergentes. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que compõem o Brics (acrônimo que representa o grupo formado pelos conco emergentes), defendem o direito de mudar a tradição de o cargo ser […]
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A sucessão no cargo de diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), gerada pela renúncia de Dominique Strauss-Kahn, provoca reações entre os países emergentes. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que compõem o Brics (acrônimo que representa o grupo formado pelos conco emergentes), defendem o direito de mudar a tradição de o cargo ser ocupado por um europeu. O prazo para apresentação das candidaturas vai até o dia 10 de junho e a expectativa é que a definição ocorra até 30 de junho.
A declaração do Brics foi divulgada ontem (24) à noite, antes de a ministra da Economia, Finanças e Indústria da França, Christine Lagarde, confirmar a candidatura dela ao cargo. Para os representantes dos cinco países é necessário abandonar a “convenção não escrita e obsoleta que prevê que o dirigente do FMI seja forçosamente europeu”.
O comunicado é assinado por Paulo Nogueira Batista (Brasil), Alexei Mojine (Rússia), Arvind Virmani (Índia), Jianxiong He (China) e Moeketsi Majoro (Lesoto, pequeno país encravado na África do Sul). “Vários acordos internacionais apelam para um procedimento verdadeiramente transparente, fundado no mérito e concorrencial para a seleção do diretor-geral do FMI e para outros altos cargos do organograma das instituições de Bretton Woods”, diz o texto.
Os representantes do Brics se referem à convenção que vem desde 1946, com o apoio dos Estados Unidos, que controlam o comando do Banco Mundial. Por enquanto, os governos dos Estados Unidos e do Japão não manifestaram apoio a Lagarde, embora vários líderes europeus já tenham manifestado simpatia à candidatura da francesa.
O ex-diretor-gerente do FMI, Strauss-Kahn, foi pressionado a deixar o cargo depois de ser acusado de agredir sexualmente a camareira de um hotel em Nova York. Ele negou as denúncias, mas responderá pela acusação na Justiça dos Estados Unidos.
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