Biólogos descobrem ninhais no Pantanal de MT e temem queimadas
Apesar dos impactos ambientais, o Pantanal segue rico em vida. Uma equipe da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema), descobriu ao menos 7 novos ninhais pretos na região: um motivo de muita celebração para os ambientalistas mato-grossenses. “Um deles se formou este ano dentro do Parque Estadual Encontro das Águas. Foi uma verdadeira explosão […]
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Apesar dos impactos ambientais, o Pantanal segue rico em vida. Uma equipe da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema), descobriu ao menos 7 novos ninhais pretos na região: um motivo de muita celebração para os ambientalistas mato-grossenses.
“Um deles se formou este ano dentro do Parque Estadual Encontro das Águas. Foi uma verdadeira explosão de vida selvagem, consagrando o Pantanal como um dos mais importantes sítios de reprodução e conservação de aves aquáticas do Brasil” – disse o analista de meio ambiente da Sema, Marcos Roberto Ferramosca Cardoso
De acordo com o técnico, um outro ninhal, muito pequeno, se formou há 400 metros da Transpantaneira. “Ele ocupa uma única árvore isolada, uma piúva” – ele comentou. “Não sabemos como o ninhal vai se comportar no ano que vem. Somente com a observação e o monitoramento ao longo dos anos poderemos, talvez, responder como é a dinâmica destes ambientes, tão importantes para o turismo e, ao mesmo tempo, tão sensíveis e ameaçados”, disse.
Ele lembrou que as queimadas criminosas, tão comuns nesta época do ano, são uma das principais ameaças para estas áreas.
A região do Pantanal é um dos locais mais importantes para a reprodução de espécies de aves aquáticas no cone sul do continente americano. Considerada por pesquisadores e especialistas um refúgio, é uma área preferencial para o estabelecimento de ninhos e colônias desse grupo de aves. De março a junho é o período reprodutivo dos biguás, biguatingas e baguaris, no Pantanal de Mato Grosso.
Todos os anos, essas aves aquáticas se reúnem em várias regiões do Pantanal, formando colônias de reprodução conhecidas regionalmente por viveiros ou ninhais
Ferramosca Cardoso explicou que o trabalho de mapeamento e monitoramento de ninhais no Pantanal é desenvolvido desde setembro de 2006, com o monitoramento nos períodos de cheia e seca do Pantanal mato-grossense.
“O objetivo desse trabalho é mapear as áreas de ocorrência de ninhais na região do Pantanal, identificando as atividades que possam estar comprometendo a reprodução das aves e, a consequente conservação destas áreas visando o desenvolvimento do potencial turístico e a produção de material científico, informativo e educativo sobre esses ninhas”.
Outro fenômeno observado este ano foi a antecipação do período reprodutivo da garça-branca-grande, a Ardea alba. De acordo com o analista, essa espécie costuma se reproduzir nos meses de junho-julho e até mesmo em maio, em alguns ninhais. “Mas, este ano, observamos vários ninhais com garças já no início de abril, reproduzindo junto com os biguás, biguatingas e baguaris. Este ano os ninhais ficaram “cinzas”” – ele comentou.
Também neste ano, graças ao sobrevoo realizado em 2010 pela equipe, foi possível monitorar por via terrestre mais dois ninhais descobertos no ano passado. O monitoramento dos ninhais brancos, dos cabeças-secas, garças e colhereiros, está em andamento e terminará em setembro. “Esperamos que os resultados sejam tão bons quanto foi o monitoramento dos ninhais pretos” – concluiu Ferramosca.
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