Ato de apoio às comunidades indígenas é realizado em Campo Grande
Aconteceu na manhã de sábado, dia 13 agosto, nas esquinas das ruas Barão do Rio Branco e 14 de Julho (em Campo Grande) um ato de apoio à demarcação das terras indígenas e respeito aos seus direitos no estado de Mato Grosso do Sul. O ato contou com o apoio de diversas entidades da sociedade […]
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Aconteceu na manhã de sábado, dia 13 agosto, nas esquinas das ruas Barão do Rio Branco e 14 de Julho (em Campo Grande) um ato de apoio à demarcação das terras indígenas e respeito aos seus direitos no estado de Mato Grosso do Sul. O ato contou com o apoio de diversas entidades da sociedade civil que enfatizaram tratar-se de um ato de “brancos, negros, orientais e mestiços que apóiam a causa indígena”. Tradicional ponto de manifestação na cidade, dezenas de apoiadores da causa indígena distribuíram à população um jornal, ao mesmo tempo em que representantes das entidades e parlamentares faziam uso da palavra.
O bloqueio aos estudos para demarcação das terras consideradas tradicionalmente indígenas, a violência que atinge esses povos, o atentado contra o ônibus escolar em Miranda que transportava estudantes para a aldeia, o preconceito e a parcialidade do governo estadual a favor do latifúndio foram algumas dos temas abordados pelos oradores.
A parcialidade do governo estadual foi, aliás, um dos pontos mais abordados nas falas. O governo estadual estaria adotando uma postura claramente a favor dos fazendeiros e detrimento dos povos indígenas, quando deveria adotar uma postura mais equilibrada tendo em vista que as comunidades indígenas também têm seus direitos garantidos na Constituição Federal. O governo estadual não estaria tratando com isonomia (igualdade) as partes envolvidas nas disputas por terra no estado.
Foi apontada a contradição entre a postura do governo federal, que através da FUNAI quer realizar os estudos científicos para verificação das áreas que são tradicionalmente indígenas e que foram ocupadas de forma irregular, e a posição do governo estadual, que adotou de forma incondicional o apoio aos fazendeiros que estão nas áreas onde a FUNAI quer realizar os estudos para as demarcações.
Nesse contexto, as entidades organizadoras do evento consideram que a reação da sociedade civil organizada é fundamental para a saída do impasse, para que os estudos possam ser realizados e as demarcações possam finalmente sair do papel. As entidades salientam também que não se oporão à indenização dos proprietários rurais que porventura tenham que ser retirados por estarem em área indígena.
Entre as entidades participantes do ato estavam: CIMI, CPT-MS, CDDH-Marçal de Souza, CEDAMPO, ONG Azul, Rede de Educação Cidadã, CUT, UGT, Sindijus, Renap, CRPJ, Tribunal da Terra, UNMP, Marcha Mundial de Mulheres, Conlutas, Central de Movimentos Populares, Comitê Estadual de Educação em Direitos Humanos, PT e PSTU. O deputado estadual Pedro Kemp e o deputado federal Vander Loubet também participaram do evento.
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