Na última semana, o apostador assíduo Carlos Neves Santana, 54 anos, se envolveu em uma trama digna de protagonista de novela das oito e quase morreu do coração. Ele jogava há meses o mesmo número na Quina, mas quando foi realizar o jogo na última terça-feira (11), uma falha no cartão da Caixa Econômica Federal o impediu. Na quinta-feira (13) veio a surpresa: o seu ‘número de sempre’ havia sido sorteado justamente na vez em que o jogo não foi efetuado.

Agora ele pretende processar a Caixa e pedir o valor do prêmio em indenização. O vencedor da aposta levou sozinho para a casa a bolada de R$ 1.507.503,32 e Carlos pedirá na Justiça que a Caixa lhe pague a metade do montante, já que se tivesse completado o jogo e levado o prêmio, dividiria a quantia com o duplamente sortudo que ficou milionário sozinho.

A trama de Carlos Neves começou no sábado (8). Quando foi abastecer o carro, o cartão de débito da Caixa Econômica não passou. Na segunda-feira (10) procurou a Caixa e um atendente lhe disse que o problema havia sido resolvido e ele até tirou um extrato da conta. No dia seguinte, quando foi fazer sua fezinha, a surpresa: seu cartão estava cancelado. “Não pude nem sacar meu dinheiro e nem fazer o jogo. Quando vi que o número tinha saído, quase morri do coração”, relembra.

Quando procurou novamente a Caixa Econômica, Santana ficou sabendo que seu cartão estava bloqueado porque um novo havia sido feito e, por uma medida de segurança, o velho cartão foi cancelado. Um detalhe é que além de não ter pedido a renovação, Santana sequer foi informado da mudança e até hoje não recebeu o novo cartão.

Para o advogado do apostador, Luciano Rodrigues Dantas, está clara a responsabilidade da Caixa no caso. O que a defesa fará agora é juntar provas de que Carlos Neves tentou fazer a aposta e que sempre jogava o número sorteado e só foi impedido por uma falha da CEF. O advogado ainda solicitará as imagens do circuito interno de vídeo da lotérica em que o jogo foi feito. “A Caixa tem que arcar com a responsabilidade direta dela. O cancelamento do cartão gerou um efeito dominó que acabou com esse prejuízo do nosso cliente”, afirma.

Como tramitará na Justiça Federal, o advogado prevê uma demora para a conclusão do processo. “Vamos tentar entrar em um acordo com a outra parte”, adianta. Carlos Neves conta que ainda nem sabe o que faria com o dinheiro, mas também nem pensa nisso para não se entristecer ainda mais. A novela do prêmio de Santana só está começando e o final – feliz ou não – ainda vai demorar pra chegar.