Videogames de ação podem ajudar a tomar decisões mais rápidas

A cena clássica de um videogame na qual o jogador atira, mata e morre na velocidade de um clique muitas vezes causa desgosto em seus pais, que não veem nada de útil nas ações e reações “selvagens” do filho na telinha. Mas uma pesquisa publicada recentemente pela revista Current Biology mostra que jogar videogames de ação […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

A cena clássica de um videogame na qual o jogador atira, mata e morre na velocidade de um clique muitas vezes causa desgosto em seus pais, que não veem nada de útil nas ações e reações “selvagens” do filho na telinha. Mas uma pesquisa publicada recentemente pela revista Current Biology mostra que jogar videogames de ação pode sim ter efeitos benéficos na vida dos jovens.

O trabalho, liderado por Daphne Bavelier, atualmente na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, fez testes visuais e auditivos com jovens de 18 a 25 anos que não eram jogadores usuais de videogames.

Eles foram separados em dois grupos. Um deles jogou 50 horas dos games de ação Call of Duty e Unreal Tournament e o outro jogou o game de estratégia The Sims 2. Após o treino, os dois grupos realizaram uma tarefa visual e outra auditiva.

Na tarefa visual, eles tinham de olhar para uma tela, analisar o que estava acontecendo e responder a uma questão o mais rápido possível (por exemplo, se um grupo de pontos movendo-se aleatoriamente estava indo na média para a esquerda ou para a direita).

Algo semelhante foi feito no caso auditivo. “Descobrimos que nas duas tarefas os que jogaram videogames de ação tomaram as decisões mais rapidamente e com o mesmo nível de precisão que os que jogaram o game de estratégia”, disse ao iG o psicólogo C. Shawn Green, um dos autores do estudo. O resultado percentual mostrou que os jogadores de Call of Duty e Unreal Tournament eram 25% mais rápidos do que seus pares que ficaram com The Sims.

Ao cruzar os dados com um modelo neural, os pesquisadores descobriram que eles poderiam ser explicados se fossem fruto de uma maior habilidade por parte dos jogadores de videogame em realizar algo chamado inferência probabilística. “Em essência, cada pequeno som/ponto [visual] estava dizendo mais sobre a resposta correta [para os jogadores de Call of Duty do que o mesmo som/ponto [visual] estava dizendo para os jogadores de Sims”, explica Shawn. Segundo os pesquisadores é a primeira vez que se faz esse tipo de ligação entre videogames de ação e inferência probabilística.

A relação poderá ser usada no futuro para treinar pessoas a tomarem decisões mais rapidamente de forma precisa no dia a dia, o que pode fazer toda a diferença em situações em que velocidade e precisão são fundamentais, como um cirurgião na sala de operações ou de um soldado em um campo de batalha.

Conteúdos relacionados