Suspeitas sobre escândalo marcam debate entre candidatos ao Governo de MS na TV
Adversários acharam Puccinelli “visivelmente nervoso”. O governador se confundiu nas saudações, pediu réplica que foi negada e foi o mais interpelado pela mediadora por estourar o limite de tempo. Eleitores acharam “brandas” as perguntas e momentos mais tensos foram quando Zeca do PT (PT) “perdoou” André e Nei Braga (PSol) perguntou sobre o escândalo de propinas no Parque dos Po…
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Adversários acharam Puccinelli “visivelmente nervoso”. O governador se confundiu nas saudações, pediu réplica que foi negada e foi o mais interpelado pela mediadora por estourar o limite de tempo. Eleitores acharam “brandas” as perguntas e momentos mais tensos foram quando Zeca do PT (PT) “perdoou” André e Nei Braga (PSol) perguntou sobre o escândalo de propinas no Parque dos Poderes.
Os três candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul participaram de um debate transmitido ao vivo ontem a noite (28) pela TV Morena. O tema mais esperado, sobre o escândalo de propinas no Parque dos Poderes que envolve o governador André Puccinelli (PMDB), a Assembleia Legislativa e até o poder judiciário, foi pouco explorado, segundo os expectadores.
As regras definidas pela emissora proibiram perguntas que pudessem ser consideradas “agressões ou ataques”. Pelo sorteio, Zeca do PT (PT) ficou à esquerda do vídeo, Nei Braga (PSol) no centro e André Puccinelli (PMDB) à direita da tela. O debate foi mediado pela jornalista Poliana Abritta, da Rede Globo de Brasília.
Não houve grandes embates polêmicos como chegou a ser esperado, já que as denúncias de supostas propinas distribuídas no Parque dos Poderes envolvem um dos participantes, o candidato à reeleição e governador André Puccinelli, acusado de receber R$ 2 milhões por mês “em dinheiro” da Assembleia em gravação do deputado estadual Ary Rigo (PSDB).
Os três candidatos optaram por atuações “politicamente corretas”. Usaram vestimentas semelhantes e evitaram até palavras fortes. Somente Zeca do PT ostentava uma gravata em tom diferente, com o tradicional vermelho do Partido dos Trabalhadores.
Puccinelli chegou a usar o termo “por má fé ou ignorância” dirigindo-se a Zeca do PT, mas o petista disse que “o perdoava”. Nos bastidores, André recebeu dicas de assessores que foram até ele por duas vezes enquanto as câmaras mostravam Nei Braga para o público.
O candidato do PSol, aliás, foi autor do momento mais tenso, ao perguntar, no final, porque o governador não envolveu os empreiteiros e assessores Mauro Cavali, João Amorim, Eolo Ferrari, Osmar Jerônymo e Edson Giroto nas tentativas de explicar o escândalo e processos por enriquecimento ilícito contra ele.
André se limitou a dizer que “esses aí não têm foro privilegiado”, referindo-se aos empreiteiros e assessores próximos a ele. Puccinelli provocou Zeca do PT lembrando de denúncias envolvendo o FAT durante o governo petista. Zeca respondeu alfinetando o governador. Disse que todos os processos correm sem a intervenção dele e que defende a punição de qualquer um que comprovadamente tenha praticado ato ilícito.
“Eu não me escondi atrás da Assembleia não”, comparou Zeca do PT.
André Puccinelli, que tem foro privilegiado enquanto ocupa o cargo de governador, tem uma investigação por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito parada no STJ porque os deputados estaduais não deram autorização para a investigação continuar.
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