Sem prisões, concluído inquérito sobre incêndio que durou 12 dias no Jardim Tarumã

Moradores acusados de atearem foto nos pneus de indústria de reciclagem vão responder à Justiça em liberdade; ‘têm residência fixa, trabalham e não tumultuaram o caso’, diz o delegado Roberval Maurício Cardoso Rodrigues

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Moradores acusados de atearem foto nos pneus de indústria de reciclagem vão responder à Justiça em liberdade; ‘têm residência fixa, trabalham e não tumultuaram o caso’, diz o delegado Roberval Maurício Cardoso Rodrigues

No dia 16 de fevereiro foi concluído o inquérito sobre o incêndio criminoso ocorrido na fábrica Eco Pneus, no Tarumã, em Campo Grande. O delegado Roberval Maurício Cardoso Rodrigues, responsável pelo caso, não pediu a prisão dos autores do crime, mas fez a denúncia à Justiça e os autores deverão receber penas alternativas. O motivo do incêndio teria sido por fim ao que eles chamavam de maior foco de dengue do bairro, a indústria de reciclagem, que ainda funciona no local. 

“Eles possuem residência fixa, trabalham e não tumultuaram o curso do processo”, diz Roberval ao destacar os motivos pelos quais o pedreiro Marco Soriano da Silva, 36, e o estudante Willian Bento de Oliveira Santander, 19, não foram presos.

A parte policial já foi concluída e os autores aguardam em liberdade a decisão que deverá ser tomada pela Justiça. “Com certeza eles serão condenados, mas cabe à justiça determinar o tipo de pena”, afirma o delegado.

Pelo Código Penal, a pena por incêndio criminoso vai de três a seis anos de reclusão.

Na virada do ano de 2009 para 2010, alcoolizados, Silva e Santander resolveram pular o muro da fábrica e colocar fogo nos pneus. Ambos alegaram que a fábrica era foco de dengue, devido ao número de pneus que ficam expostos, e que iriam agir com as próprias mãos para ajudar a população do bairro, já que o local registra o maior número de pessoas vítimas da dengue, na Capital.

Foram 12 dias sob a cortina de fumaça que encobriu toda a região do Jardim Tarumã. A região, que fica perto do Coophavila II, é conhecida por conta de ser o bairro onde está concentrada a maioria dos focos de dengue da Capital. Em dezembro do ano passado, um adolescente morreu de dengue no bairro, o que deixou os moradores revoltados.

Atualmente, a fábrica de pneus, que iria mudar para o núcleo industrial, ainda funciona no mesmo lugar. Os moradores reclamam e dizem que mesmo depois do incêndio a dengue continua em alta no bairro. A fábrica foi autuada em R$ 25 mil por danos ambientais.

Conteúdos relacionados