Seca já chega a 3 meses em algumas regiões do Estado

Há quase dois meses não chove na Capital e a estiagem se estende já há a quase 90 dias nos municípios da região norte de Mato Grosso do Sul. Mas a tão esperada chuva pode estar a caminho. De acordo com o site Climatempo, nesta segunda-feira a aproximação de uma frente fria provoca aumento de […]

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Há quase dois meses não chove na Capital e a estiagem se estende já há a quase 90 dias nos municípios da região norte de Mato Grosso do Sul. Mas a tão esperada chuva pode estar a caminho. De acordo com o site Climatempo, nesta segunda-feira a aproximação de uma frente fria provoca aumento de nuvens e pancadas de chuva a partir da tarde no oeste e no sul do Estado. Nas demais áreas da região, uma grande massa de ar seco dificulta a formação de nuvens carregadas, o que dificulta as condições de chuva e a umidade fica baixa principalmente durante à tarde, devido às altas temperaturas.

Na terça-feira, o avanço desta frente fria deve aumentar a formação de nuvens e queda de temperaturas. Haverá ventos fortes, com chuva no sul e no oeste de Mato Grosso do Sul. Na região central, em Campo Grande e em áreas do norte do Pantanal, o sol aparece, as nuvens aumentam e acontecem pancadas de chuva a partir da tarde. Nas outras áreas do Estado, sol entre muitas nuvens, mas não chove. Não há previsão de chuva para os próximos dias até o dia 22 de setembro, no entanto, a tendência pode variar muito de um dia para o outro.

Fenômeno La Niña

Este período de seca se justifica pelo fenômeno La Niña – quando há diminuição da temperatura dos oceanos causada pelo aumento da força dos chamados ventos alísios.

“São ventos fortes que intensificam a ressurgência das águas do Pacífico, ou seja, as águas mais profundas do oceano se misturam com as da superfície, causando o esfriamento das mesmas. Com isso, há menos evaporação e, portanto, menos chuvas”, explica a coordenadora Técnica e Meteorologista do Cemtec, Cátia Braga.

O oposto acontece com o fenômeno El Niño, que ocorre devido ao aumento da temperatura do oceano Pacífico.

Além do La Niña, que é um fenômeno global, existem fatores climáticos regionais que também contribuem para o período de seca e um efeito de calor, normais nessa época do ano em Mato Grosso do Sul.

“O Estado fica sob um sistema de alta pressão, que cria um efeito tampa. Isso propicia um bloqueio atmosférico que impede a formação de nuvens e deixa a umidade do ar bastante baixa”, completa Braga e acrescenta que a umidade relativa do ar é, na maioria dos casos, inversamente proporcional à temperatura.

Apesar do rigor, o tempo seco é comum nesta época do ano. Situação que deve se normalizar. A previsão climática de consenso para o trimestre setembro, outubro e novembro de 2010 indica previsão de chuvas em torno da média histórica na região Centro-Oeste.

Saúde

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), nas últimas duas semanas de agosto – período em que a estiagem atingiu seu ápice –, foi registrado um aumento de aproximadamente 30% no número de casos de diarreias em Mato Grosso do Sul. De acordo com a secretaria, um dos principais agravantes é o tempo seco do inverno, que permite o acúmulo de poeira, aumentando os riscos de doenças respiratórias e a proliferação dos rotavírus, principais causadores das chamadas “viroses”. A secretaria adverte que a população adote medidas de higienização mais intensa enquanto perdurar os dias de baixa umidade.

Julho e agosto, meses de queimadas

Segundo estudo do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE), o mês de julho de 2010 foi marcado por temperaturas acima da média e baixos valores de umidade relativa do ar, principalmente nos setores central e leste do Brasil.

Os focos de queimadas aumentaram 200% em comparação com o mês anterior e com o mesmo período de 2009.

Já o Ministério do Meio Ambiente, que, em 26 de maio deste ano, tinha decretado estado de emergência ambiental em 14 Estados – entre eles Mato Grosso do Sul – incluiu no último dia 06 de setembro o Distrito Federal, devido ao grande número de focos de queimadas. Segundo dados oficiais, o mês de agosto de 2010 tem sete vezes mais incêndios que o mesmo período de 2009.

A portaria com a lista incluindo o DF, publicada Diário Oficial da União permite, por exemplo, que os Estados contratem brigadistas para combater o fogo sem a necessidade de licitação.

O ipê resiste

Em meio a vegetação seca do Cerrado, o ipê se destaca pelo colorido de suas flores. Como a espécie floresce no final do inverno, é influenciada pela intensidade da estação. Quanto mais frio e seco for o inverno, maior será a intensidade da florada do ipê-amarelo. A floração do ipê se dá no final de julho e vai até setembro, podendo ocorrer variações devido a fenômenos climáticos.

Apesar do pau-brasil ter sido declarado Árvore Nacional, o ipê é considerado Árvore Símbolo do país.

A árvore possui 253 espécies e está presente em todo o brasil. Juntamente com o pôr-do-sol, o ipê é o cartão postal de campo grande. Quando a árvore floresce, dá um charme a mais à cidade. Imponente, se destaca entre o verde dos parques, residências e edifícios. O Ipê faz parte do gênero tabebuia, nome derivado do tupy. Para os índios, ipê significa tábua boa.

Em campo grande, destaca-se o ipê amarelo, mas espécies das cores roxa e branca também são vistas pelo município.

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