Saber quantas crianças moram nas ruas é principal desafio de ONGs

Atualmente, a principal meta das organizações não governamentais (ONGs) que atuam em defesa das crianças moradoras de rua é saber quantas são. No próximo dia 30, a campanha nacional Criança Não é de Rua fará ações em dez estados, com uma encenação da Paixão de Cristo, com o objetivo de sensibilizar a população brasileira para […]

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Atualmente, a principal meta das organizações não governamentais (ONGs) que atuam em defesa das crianças moradoras de rua é saber quantas são. No próximo dia 30, a campanha nacional Criança Não é de Rua fará ações em dez estados, com uma encenação da Paixão de Cristo, com o objetivo de sensibilizar a população brasileira para o problema.

De acordo com as ONGs, o maior desafio do projeto é a falta de parâmetros dos estados para definir o que é uma criança moradora de rua. Algumas regiões consideram uma criança moradora de rua aquela que está sem abrigo há uma semana. Em outras regiões, ela só é considerada moradora de rua quando fica sem abrigo mais de um mês.

O coordenador nacional da campanha Criança Não é de Rua, Adriano Ribeiro, aponta outro fator que dificulta a identificação desse público: a forma de pesquisa dos censos demográficos, que só fazem levantamento nos domicílios brasileiros. “Com isso, as crianças abrigadas nas ruas ficam invisíveis dentro dessa perspectiva”, afirmou Adriano.

Segunde ele, existem informações secundárias que também precisam ser definidas: como e por que essa criança decidiu morar nas ruas e há quanto tempo ela faz desse local lugar sua moradia.  

Atualmente, 488 organizações da sociedade civil e do poder público mantêm contato com crianças que moram nas ruas e discutem a situação delas crianças.

Adriano Ribeiro diz que as ONGs enfrentam muitos há desafios enfrentados no repasse dos recursos do governo, mas acredita que, investindo em políticas públicas mais consistentes e mais viáveis, os gastos públicos serão menores e o retorno, mais garantido.

“O governo gasta, hoje, 10 vezes mais nos centros educacionais do que em investimento nas organizações que trabalham na reinserção social dos menores. É uma questão de escolha: continuar a superlotação dos centros educacionais ou investir em trabalhos preventivos”, destaca o coordenador da campanha Criança Não é de Rua.

Ainda no primeiro semestre deste ano, será realizado um seminário nacional com o objetivo de integrar os principais atores e as discussões que estão ocorrendo neste mês, na primeira fase da campanha. No encontro nacional, deverão ser formuladas as bases de um programa nacional de enfrentamento à situação das crianças, que será apresentado ao governo federal.

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