Renda do amistoso entre Brasil e Zimbábue sumiu

A renda do jogo entre Brasil e Zimbábue, amistoso que a CBF promoveu antes da Copa do Mundo, desapareceu e a partida virou um caso de polícia. A empresa Kentaro, que tem os direitos sobre a organização dos jogos amistosos da seleção, entrou na Justiça contra a Federação do Zimbábue cobrando US$ 620 mil que […]

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A renda do jogo entre Brasil e Zimbábue, amistoso que a CBF promoveu antes da Copa do Mundo, desapareceu e a partida virou um caso de polícia. A empresa Kentaro, que tem os direitos sobre a organização dos jogos amistosos da seleção, entrou na Justiça contra a Federação do Zimbábue cobrando US$ 620 mil que acredita que deve ser sua parte pelo duelo.

O jogo terminou em 3 a 0 para a seleção comandada por Dunga, numa partida questionada por sua relevância na preparação da seleção e ainda usada amplamente pelo ditador do Zimbábue, Robert Mugabe, para se promover diante de sua população. Ele fez questão de desfilar em campo e até sair na capa dos jornais locais ao lado de Kaká. Para ter o Brasil como sua plataforma, Mugabe aceitou pagar US$ 1,5 milhão.

O estádio estava cheio. Mas os US$ 640 mil coletados pela bilheteria nunca foram encontrados nas contas da Federação de Futebol do Zimbábue. A Kentaro agora está processando a entidade nos tribunais suíços. Mas Rushwaya alega que a federação apenas “facilitou” o encontro e que a organização da viagem da seleção brasileira em Harare estava a cargo do Escritório de Turismo do Zimbábue.

O escândalo é apenas um dos que afeta a presidente da Federação de Futebol do Zimbábue, Henrietta Rushwaya, acusada de desvio de dinheiro e de usar a seleção africana para esquemas de apostas. O caso mais grave é a decisão da federação local de usar um time local para uma turnê pela Ásia, apresentando os jogadores como sendo a suposta seleção do Zimbábue. Tudo não passaria de uma fraude. O time era o do Monomotapa, que acertou acordos para sofrer derrotas por placares pré-determinados, enquanto apostas eram feitas em casas pela Ásia.

Os detalhes do esquema foram revelados na semana passada e chegaram à Fifa, que estuda medidas de punição. O primeiro jogo sob suspeita é a derrota do Zimbábue por 1 a 0 contra a Tailândia, em dezembro. Quem teria organizado o resultado seria Raja Raj, apostador da Malásia e que chegou a se sentar no banco de reservas enquanto o jogo ocorria. O tribunal em Harare confirmou a suspeita de que ele tenha pago a suposta seleção nacional para ser derrotada. Mas o time africano perdeu por 3 a 0.

Após o jogo, os atletas foram ameaçados e dois novos amistosos foram organizados para que Raj recuperasse seu dinheiro. Um deles foi contra a Síria. O acordo era de que o placar final seria de 6 a 0. E assim ocorreu. Ao final, cada jogador da seleção falsa do Zimbábue recebeu US$ 1 mil de agradecimento.

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