Produtores bolivianos de coca bloqueiam estrada em protesto

Produtores de coca bloquearam nesta segunda-feira a única estrada que liga La Paz com a região amazônica da Bolívia, reivindicando a destituição de dois ministros e mudanças na política contra o narcotráfico do governo do presidente Evo Morales. Os protestos começaram na região subtropical dos Yungas (norte do país), área tradicional de produção de coca […]

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Produtores de coca bloquearam nesta segunda-feira a única estrada que liga La Paz com a região amazônica da Bolívia, reivindicando a destituição de dois ministros e mudanças na política contra o narcotráfico do governo do presidente Evo Morales.

Os protestos começaram na região subtropical dos Yungas (norte do país), área tradicional de produção de coca onde Morales tem enfrentado vários desafios políticos e sindicais, diferentemente do forte apoio que recebe do grêmio de trabalhadores da região central do Chapare, liderada por ele por mais de uma década.

“Hoje (segunda-feira) começou o bloqueio em vários pontos da rodovia. Estamos dispostos a dialogar, mas depende muito do governo. esperamos que mande uma comissão até o bloqueio”, disse a uma rádio local o líder da associação de produtores de coca de La Paz, Víctos Sánchez, que organizou os protestos.

Os sindicatos da região dos Yungas, que de acordo com Sánchez mobilizaram pelo menos 3 mil pessoas, exigiram em um comunicado a demissão dos ministros de Governo, Sacha Llorenti, e de Desenvolvimento Rural, Nemesia Achacollo.

Também exigiram que se deixe sem efeito um novo regulamento que endurece o controle da comercialização interna de coca e que se acelere um até agora não definido projeto de industrialização dessa planta, da qual a Bolívia é o terceiro maior produtor mundial, atrás apenas da Colômbia e do Peru.

Até o momento não houve nenhuma reação do governo boliviano, embora o presidente Morales tenha dito sábado passado em entrevista à imprensa que considerava “injustificados” os protestos, argumentando que já havia decidido o cancelamento da entrada em vigor do regulamento da coca que vem sendo questionado.

Morales também não comentou o pedido de demissão de ministros. Há alguns meses, o presidente rejeitou veementemente exigências similares de outros sindicatos de camponeses.

Até o final do ano passado, a Bolívia tinha cerca de 300 mil hectares de plantação de coca, o dobro do autorizado por diversas disposições legais.

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