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Processo de paz na Colômbia só com próximo presidente, diz ex-guerrilheiro

O ex-guerrilheiro colombiano León Valencia Agudelo, que integrou o Exército de Libertação Nacional (ELN), acredita que novas iniciativas no processo de paz na Colômbia só serão possíveis após o mandato do atual presidente, Álvaro Uribe. ‘Independentemente do resultado das eleições presidenciais, o sucessor de Uribe terá que ser mais tolerante e adotar uma postura diferente […]
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O ex-guerrilheiro colombiano León Valencia Agudelo, que integrou o Exército de Libertação Nacional (ELN), acredita que novas iniciativas no processo de paz na Colômbia só serão possíveis após o mandato do atual presidente, Álvaro Uribe.

‘Independentemente do resultado das eleições presidenciais, o sucessor de Uribe terá que ser mais tolerante e adotar uma postura diferente em relação às guerrilhas’, indicou Valencia Agudelo.

Durante os últimos dias, após os bem sucedidos resgates do sargento Pablo Emilio Moncayo e do soldado Josué Daniel Calvo, reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), diversos países e entidades internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), aumentaram a pressão para que governo colombiano solucione a situação da segurança no país.

O presidente, por sua vez, reiterou a proposta de trocar reféns das Farc por guerrilheiros presos, desde que estes se comprometam a não retornar às atividades ilícitas. No entanto, o grupo armado, que ainda mantém 48 pessoas sob seu poder e cogita libertar cerca de 20 delas em troca de alguns de seus quadros, sinaliza que irá rejeitar essa opção.

Outra campanha do governo Uribe –no cargo desde 2002 e que está a poucos meses de encerrar o seu segundo mandato, no dia 7 de agosto– foi o programa de recompensas a guerrilheiros que deixem a luta armada.

Em outubro de 2008, por exemplo, o ex-congressista Oscar Tulio Lizcano, mantido em cativeiro por nove anos, conseguiu escapar das Farc com a ajuda de um desertor. Em troca, o governo colombiano permitiu que Wilson Bueno, conhecido por Isaza, deixasse o país com sua companheira. Ele também recebeu a quantia de 1 milhão de pesos (o equivalente a R$ 600 mil na época).

Análise

Por outro lado, para o cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira, as eleições que definirão o sucessor do atual presidente, marcadas para 30 de maio, não garantem uma mudança no processo de paz, especialmente se a candidatura do ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos, do governista Partido Social da Unidade Nacional (o mesmo de Uribe), sair vitoriosa.

‘Santos tem boas chances de vitória, até porque, provavelmente, contará com a máquina do Estado durante a campanha. Caso ele vença, não acredito em grandes alterações, pois será como um fantoche do Uribe’, disse Bandeira, antes das duas libertações desta semana.

De acordo com a última pesquisa divulgada pela imprensa colombiana, o ex-ministro da Defesa tem a preferência de 34,2% da população, seguido da ex-chanceler Noemi Sanín, do Partido Conservador (PCC), com 23,3%. O candidato do Polo Democrático Alternativo (PDA), Gustavo Petro, está na terceira colocação e possui os melhores números entre os opositores de Uribe, com 6,3% das intenções de voto.

Valencia Agudelo, que atualmente preside uma organização não-governamental, também ressaltou que as Farc tentarão demonstrar sua força durante o período eleitoral. ‘Uma guerrilha briga por território e poder, e não há nada mais político do que isso’, explicou.

‘Eles vão querer mostrar que estão vivos mesmo depois de oito anos consecutivos de governo Uribe, uma pessoa dura e que não faz concessões’, continuou o ex-membro do ELN, que apontou que essa influência ocorreria de forma indireta, já que as Farc ‘têm uma agenda própria, independente dos candidatos’ e estes, provavelmente, também não querem o apoio do grupo ‘devido à série de sequestros e a associação com o narcotráfico’.

Criado há 46 anos, o ELN é considerado, ao lado das Farc, o movimento guerrilheiro mais importante da Colômbia e uma das organizações criminosas mais perigosas do país. Contudo, nos últimos anos, as duas guerrilhas têm perdido território.

Apenas em 2008, foram executados pelo menos três dos altos comandantes das Farc, entre eles Raúl Reyes, encarregado das relações internacionais do grupo. A guerrilha também se viu bastante fragilizada após a morte do fundador das Farc, Manuel Marulanda, ocorrida naquele mesmo ano, em decorrência de uma parada cardíaca.

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