PF prende 20 em MS por lavagem de dinheiro
Quadrilha contava com participação de advogados e criou empresas de fachada que movimentaram R$ 110 milhões para despistar golpe
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Quadrilha contava com participação de advogados e criou empresas de fachada que movimentaram R$ 110 milhões para despistar golpe
A Polícia Federal desencadeou na manhã desta quarta-feira (24) a Operação Vitruviano, para repressão a crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e estelionato.
Estão sendo cumpridos 13 mandados de prisão temporária em Campo Grande, seis em Dourados e um em Caarapó. Os agentes também cumprem 12 mandados de busca e apreensão nestas localidades.
Os nomes dos implicados no caso ainda não foram divulgados. Em Dourados, a PF prendeu Paulo Francisco, Onofre Pereira de Matos e o advogado Luiz Carlos de Matos Filho. Outra prisão teria sido de um gerente de banco que trabalha em uma agência de Itaporã, vizinha a Dourados. No interior, o delegado Dante Pegoraro Lemos dá apoio logístico a operação que se concentra na Capital.
Com a operação, a PF acredita ter encerrado as investigações que desvendaram a organização criminosa liderada pelo Major Carvalho, identificando os componentes como responsáveis pelo golpe à herança milionária feito com a utilização indevida do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.
Desde 2008 a Polícia Federal efetua investigações em que ficou evidenciada a utilização de várias empresas de fachada com intensa movimentação financeira de origem injustificada. As investigações apuraram que entre os anos de 2002 a 2006 as empresas movimentaram mais de R$ 110 milhões.
Inicialmente, as investigações tinham como propósito apurar o crime de lavagem de dinheiro, decorrentes dos crimes de tráfico de drogas, contrabando e evasão de divisas praticados pelo grupo capitaneado por Sérgio Roberto de Carvalho, o Major Carvalho, que encontra-se recolhido no sistema prisional do Estado.
Ainda no curso das apurações foi descoberto uma negociação fraudulenta envolvendo a compra e venda de uma usina de cana-de-açúcar localizada em Juscimeira (MT), e ainda, a simulação de um litígio na comarca de Anaurilândia, resultando na expedição de um alvará judicial e a apropriação de R$ 3,9 milhões no mês de julho de 2007. Dinheiro este, pulverizado entre várias pessoas para dificultar o possível rastreamento pelos investigadores.
A parte executada no litígio simulado em Anaurilândia era a pessoa de Olympio José Alves, na época já falecido, processo que correu à revelia de seu inventário em trâmite sigiloso perante a 2ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de São Paulo (SP).
O espólio do milionário Olympio já sofreu as mais diversas tentativas de fraude, conforme já bastante divulgado pela imprensa.
17 inquéritos
As ações criminosas do Major Carvalho são objetos de 17 inquéritos instaurados pela PF para apuração da prática de crimes das mais diversas naturezas: lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, contrabando, tráfico de drogas, exploração de jogos de azar, estelionato, entre outros, registrados desde a década de 1980.
O nome da operação alude ao fato da cadeia criminosa se entender como simétrica, com proporções perfeitas para atuação em todos os segmentos delituosos.
As prisões de advogados foram acompanhadas por representantes da OAB. Já as prisões de militares foram acompanhadas por representantes da PM do Estado.
Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande. A operação envolveu 120 policiais federais do Mato Grosso do Sul. Os presos serão conduzidos para PF de Dourados e Campo Grande. (Atualizada às 9h38 para acréscimo de informações)
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