Petistas de MS querem derrubar mitos contra Dilma
A orientação do PT regional é convencer os eleitores nos municípios que a petista tem sido alvo de uma campanha caluniosa com temas como aborto e religiosidade; outra determinação é para investir no diálogo com partidos aliados nos municípios
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A orientação do PT regional é convencer os eleitores nos municípios que a petista tem sido alvo de uma campanha caluniosa com temas como aborto e religiosidade; outra determinação é para investir no diálogo com partidos aliados nos municípios
Reunidos em plenária hoje, em Campo Grande, os petistas de Mato Grosso do Sul decidiram dar a largada na campanha pró-Dilma Rousseff, neste segundo turno, com a missão de derrubar mitos contra a presidenciável do partido. A orientação é convencer os eleitores nos municípios que a petista tem sido alvo de uma campanha caluniosa.
Nos discursos, os petistas da Capital e do interior atacaram com clareza a questão do aborto e da religiosidade que estariam sendo usados pelos adversários para gerar desconfianças contra Dilma Rousseff.
Segundo informações da mídia nacional, antes da campanha Dilma teria se declarado a favor de mudar a legislação que, hoje, enquadra a prática de aborto como crime. Nas últimas semanas, o posicionamento de Dilma tem sido explorado pela grande imprensa o que, na visão dos petistas, tem favorecido os tucanos.
Outra orientação repassada pelo presidente regional da sigla, Marcus Garcia, é de que os petistas invistam no diálogo com partidos que sejam simpatizantes da campanha de Dilma. “Sozinho não ganharemos as eleições em MS. Este é o momento que temos que neutralizar José Serra [PSDB]”, disse Marcus no meio de apresentação dos números da campanha.
Mato Grosso do Sul está entre os oito estados nos quais Dilma teve menos votos que José Serra. No Estado, Dilma teve cerca de 517 mil votos (39%) e o tucano mais de 550 mil (42%). O desempenho do tucano, inclusive, foi melhor em cidades importantes como Campo Grande onde Dilma teve 32,6% e Serra 42,2% dos votos. Em Dourados, o placar foi ainda melhor para Serra que teve 48,7% dos votos contra 33,5% de Dilma.
Aborto, terrorismo e religiosidade
O presidente do PT de Água Clara, Mário Augusto, mencionou que o partido não pode se curvar a argumentos de que Dilma é a favor do aborto. “O que não podemos é ter medo de discutir a descriminalização do aborto. Dilma é a favor da vida e isso inclui a vida das mulheres que se expõem a riscos por fazer abortos clandestinos. Dilma está sofrendo na verdade uma campanha difamatória”, citou.
O dirigente petista conhecido como Chico, de Antônio João, disse que nas últimas semanas, os padres da cidade têm pregado insistentemente sobre a questão do aborto. “Em contraponto vou preparar uma reunião com pastores”, contou. Outro militante, de Sidrolândia relatou ter recebido e-mails no qual Dilma é apresentada como terrorista e assassina. Ele sugere que os petistas se preparem, estudem e reúnam informações para contestar a campanha contra Dilma em seus respectivos municípios.
A vereadora Thais Helena mencionou que a descriminalização do aborto não é consenso em nenhum partido brasileiro. Ele citou que dentro do PSDB, PMDB, DEM, PCdoB e outras legendas há correntes a favor e contra descriminalização do aborto.
Na avaliação da vereadora, o desempenho superior de Serra no Estado, no primeiro turno, repete uma tendência de eleições anteriores, porque MS ainda é tradicionalista e conservador.
O ex-deputado federal João Grandão disse que a oposição tenta vender a ideia de que Dilma “veio de Marte” para disputar as eleições para a presidência da República. “Dilma já tem um trabalho reconhecido há muito tempo desde que era secretária no Rio Grande do Sul e depois passou por ministérios no governo Lula”, citou.
Grandão disse ainda que os petistas têm que reagir aos boatos contra a candidata, do contrário, de tanto serem repetidas falsas histórias podem se tornar verdadeiras. Ela rechaçou, por exemplo, notícias de que Dilma não acredita em Deus e de que teria dito que “nem Jesus Cristo tiraria a eleição” dela. “Ela nunca disse estas coisas. Precisamos reagir”, sugeriu.
Da plenária de hoje no PT participaram cerca de 400 pessoas entre lideranças com mandato e militantes de 54 municípios de Mato Grosso do Sul. Foram apresentados números da campanha presidencial no primeiro turno e discutidas estratégias para angariar eleitores para Dilma no interior.
Na semana que vem, os petistas fecharão a escolha dos coordenadores da campanha. A ideia é que cada um dos 13 membros da executiva regional se responsabilize por uma região do Estado.
O segundo turno das eleições está marcado para 31 de outubro, último domingo do mês.
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