Nordeste é a região com maior gasto para eleger governadores
Detentor de baixos índices de desenvolvimento humano, com população carente de infraestrutura e de serviços essenciais como saúde e educação, o Nordeste é a região que terá a disputa mais cara e acirrada pelos governos estaduais. O Nordeste terá 59 candidatos e uma estimativa de R$ 451,7 milhões em gastos de campanha, segundo estimaram ao […]
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Detentor de baixos índices de desenvolvimento humano, com população carente de infraestrutura e de serviços essenciais como saúde e educação, o Nordeste é a região que terá a disputa mais cara e acirrada pelos governos estaduais.
O Nordeste terá 59 candidatos e uma estimativa de R$ 451,7 milhões em gastos de campanha, segundo estimaram ao TSE os 59 candidatos a governador dos nove estados da região.
Com uma previsão de R$ 124 milhões divididos por seis concorrentes, o Ceará terá a campanha eleitoral mais cara. Sergipe, com sete candidatos, terá o pleito mais modesto: R$ 18,7 milhões.
Recentemente castigado pelas chuvas que provocaram mortes e devastaram cidades inteiras, o estado de Alagoas terá seis candidatos que estimaram gastos de até R$ 55 milhões. Também com municípios em situação de destruição, Pernambuco terá seis concorrentes e uma campanha de até R$ 44 milhões.
A previsão de gastos faz parte do conjunto de informações que todo candidato tem de apresentar à Justiça Eleitoral para solicitar o registro que o habilita disputar um cargo público nas urnas. Para chegar aos valores finais, o G1 entrou em contato com tribunais regionais eleitorais (TREs) de 26 estados e do Distrito Federal. O ranking do custo das disputas pelos governos estaduais foi construído a partir da lista de concorrentes e da previsão de gastos de cada unidade da federação.
Em números absolutos, o valor previsto no Nordeste é superior ao do Sudeste, onde 25 candidatos relataram à Justiça Eleitoral uma previsão de R$ 361,8 milhões em custos na disputa pelo comando de quatro estados.
Com nove candidatos, São Paulo será o estado com a disputa mais concorrida e cara do país: R$ 195,6 milhões – valor 22 vezes superior ao previsto pelos candidatos do Acre, na região Norte, onde a campanha será a mais barata do país com dois candidatos e estimativa de R$ 8,8 milhões.
O Acre também é o estado que, a exemplo do Tocantins, terá eleições plebiscitárias, com apenas dois concorrentes disputando os votos do eleitorado. Em estimativa de custos, no entanto, o Tocantins terá uma campanha de até R$ 50 milhões, valor que só perde para os R$ 67,3 milhões previstos pelos quatro candidatos do Pará.
Com o mesmo número de unidades do Sudeste, coração financeiro do país, o Centro-Oeste terá 18 candidatos que irão gastar até R$ 241,6 milhões na batalha pela preferência do eleitorado. Goiás, com cinco candidatos e R$ 73,3 milhões previstos, será o estado com a campanha mais cara na região. Já o Mato Grosso do Sul, com apenas três concorrentes, terá a disputa mais barata: R$ 36,2 milhões.
A região Sul, com apenas três estados, terá uma campanha disputada por 24 candidatos e avaliada em R$ 210 milhões. Os gaúchos poderão votar em nove candidatos que, juntos, planejam desembolsar até R$ 98,5 milhões. O governo do Paraná tem estimativa de R$ 73,2 milhões para sete candidatos. Em Santa Catarina, a corrida pela Casa D’Agronômica, sede oficial do governo, terá oito concorrentes e custo total de R$ 39 milhões.
36 mil casas
A soma da previsão de gastos de todos os 158 candidatos que irão disputar as eleições para os governo estaduais chega a R$ 1,5 bilhão. Com esse dinheiro seria possível construir 36 mil unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida, segundo dados da Caixa Econômica Federal, que estima em R$ 41,7 mil o custo unitário de uma moradia popular para famílias com renda de até três salários mínimos.
Se comparada ao orçamento dos ministérios, a cifra ainda poderia custear praticamente todo o orçamento de 2009 do Ministério da Cultura (R$ 1,3 bilhão) ou do Ministério do Esporte (R$ 1,4 bilhão). O gasto de campanha dos candidatos também se aproxima do previsto para o mesmo ano nos ministérios do Desenvolvimento (R$ 1,6 bilhão) e das Relações Exteriores (R$ 1,8 bilhão).
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